BERLIM - O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, pediu nesta quinta-feira (24) aos Estados Unidos um esclarecimento "completo e honesto" sobre a suposta escuta dos serviços de inteligência americanos contra o telefone celular da chanceler Angela Merkel. "Esperamos que isto seja esclarecido de forma completa e honesta", disse Westerwelle, após se reunir com o embaixador dos Estados Unidos em Berlim. "Escutar as comunicações de seus aliados próximos é inaceitável e chocante", afirmou Westerwelle. "Quem tem confiança em seus aliados não monitora suas comunicações. Quem faz isto prejudica a amizade". Pouco antes, Merkel havia declarado que "a espionagem entre amigos não é algo positivo, em absoluto", ao chegar para a Cúpula de Bruxelas. Segundo uma fonte parlamentar em Berlim, uma delegação alemã viajará em breve aos Estados Unidos para analisar o caso. Merkel ligou na quarta-feira para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para exigir uma explicação sobre o possível grampo realizado pela agência nacional de segurança (NSA). Obama garantiu a Merkel que Washington "não espiona nem espionará suas comunicações". A chanceler alemã indicou que se a informação for confirmada, será algo "totalmente inaceitável" e um "golpe duro para a confiança" entre os países. O jornal britânico "The Guardian" publicou nesta quinta-feira que a NSA "espionou as conversas telefônicas de 35 dirigentes do mundo após um alto funcionário americano entregar uma lista com os números". "The Guardian" cita um documento interno no qual a NSA pede aos responsáveis de vários organismos do Executivo, incluindo Casa Branca, departamento de Estado e Pentágono, que "compartilhem seus números de telefone e endereços (e-mail) com a agência". Apenas um destes responsáveis, cuja identidade e função não foram reveladas, entregou "200 números, entre eles os de 35 dirigentes mundiais", comemoram dirigentes da NSA no documento.