Alfa Romeo 4C tem o ‘cuore’ das ‘macchinas’ italianas

Boris Feldman - Hoje em Dia
04/07/2015 às 09:08.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:45
 (Alfa Romeo)

(Alfa Romeo)

BALLOCO (Itália) – Dirigir, ou melhor, pilotar a Alfa 4 C só podia mesmo ser numa pista, pois é um puro esportivo que trouxe de volta o espírito da marca. O “cuore sportivo” que construiu a imagem da Alfa Romeo desde o início do século passado. Ao contrário de esportivos luxuosos como Porsche ou Camaro, não faz concessões ao conforto e, embora seja possível – claro – rodar com ele no trânsito urbano, não é este seu propósito: a emoção vem ao pisar fundo no acelerador.   A Fiat levou alguns jornalistas brasileiros para conhecê-lo na pista de Balocco, perto de Milão. Seu traçado resgata curvas de alta e baixa velocidade dos principais circuitos europeus.   Cayman na alça de mira   Assim como seu irmão maior, o 8C lançado em 2007 em edição limitada a 500 unidades, o 4C trouxe de volta a tração traseira tão reclamada pelos “alfisti”. Mas tem uma configuração mecânica ainda mais apurada: motor de alumínio com quatro cilindros, colocado entre-eixos na traseira, 240 cv de potência, 1.750 cm3 de cilindrada. O câmbio é do tipo dupla embreagem com seis marchas. A suspensão gruda o carro no asfalto, tem triângulos duplos na dianteira e multi-link atrás. Mas não dá pelota para quem pede conforto em pisos irregulares. A direção não é pesada, pois a mecânica está toda na traseira. Mas não é uma seda para manobrar, pois não tem assistência hidráulica nem elétrica. O conversível está mais para targa, pois o teto (de fibra ou lona) é retirado manualmente. O carro foi projetado e está sendo produzido pela fábrica da Maserati, em Modena. Concorrência? Em sua alça de mira está o Porsche Cayman. Custa (na Europa) 76.500 euros, cerca de R$ 300 mil reais.   No peso, o segredo   Que ninguém se iluda com a potência do 4 C. É só arrancar para se imaginar um haras com cerca de 500 cavalos, o dobro de sua potência real. O segredo está no peso: apenas 940 kg (60 kg mais que a versão cupê), mais leve que muitos dos nossos compactos. A mágica do peso pluma foi obtida com muita fibra de carbono na estrutura, chassis de alumínio e materiais compostos na carroceria.   Além de ser curtinho com apenas dois lugares, é baixinho também e seu comportamento faz lembrar um Lotus, com centro de gravidade quase esbarrando no asfalto. O motorista tem o direito de optar entre quatro comportamentos distintos, num comando no console.   O mais bravo é o “Race” que desliga o controle de estabilidade, de tração e só mantem o do diferencial.   O escapamento contribui para o caráter esportivo e ainda emite (artificialmente) umas explosões na passagem de marchas. Não é um carro confortável: o conjunto de som e ar-condicionado sob o painel é totalmente virado para o motorista, avançando para o lado do passageiro que tem que se virar para posicionar os joelhos.   A Alfa 4 C faz lembrar um kart, que não tem suspensão mas anda grudado no piso. O painel é enxuto mas fornece informações que interessam ao motorista. Até quanto puxa o carro lateralmente nas curvas. Acelera (segundo a fábrica) de zero a 100 km/h em 4,1 segundos. Máxima de 257 km/h.

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