"Algumas meninas gostam de ser estupradas", diz juiz durante julgamento em Israel

Hoje em Dia
05/06/2013 às 14:07.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:51
 (Reprodução/haaretz.com)

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Ao afirmar que "algumas meninas gostam de ser estupradas", durante a audiência de um caso de estupro de uma menor, hoje com 19 anos, um juiz causou polêmica entre a população de Israel. A declaração foi feita pelo aposentado Nissim Yeshaya, que  continua atuando em alguns casos de apelação institucionais no Distrito de Tel Aviv.

Segundo a imprensa nacional, o magistrado surpreendeu os participantes da audiência da Comissão de Apelação da Previdência Social, realizada nesta terça-feira (5), com o comentário, gerando protestos revoltados e condenações de todo o espectro político local. Na ocasião, a vítima não estava presente.

Após o comentário, foi pedido a interdição imediata de Yeshaya, aposentado há quatro anos e que atua como presidente de tribunais administrativos e de orientação. O pedido foi feito à ministra da Justiça, Tzipi Livni, pela presidente da comissão parlamentar para o Status da Mulher, Aliza Laví.

O crime

A jovem tinha 13 anos quando foi violentada por quatro palestinos. A advogada de defesa, Aloni Sadovnik, descreveu a declaração do juiz à rádio do exército israelense. "Ele nem sequer percebeu o que acabava de dizer. Não entendia por que todo mundo estava em silêncio ao mesmo tempo."

Após a polêmica, Yeshaya tentou se defender. "Estão tentando conseguir publicidade às minhas custas. Eu não acho que a vítima de um estupro não sofra danos com ele ou que o estupro não seja um crime grave. [Meus comentários] foram mal interpretados."

O juiz era o candidato preferido do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a presidir o Tribunal interno do partido Likud, mas hoje o governante retirou seu apoio porque "uma pessoa que se expressa assim não merece o cargo".

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