Alimentos cada vez mais caros

Jornal O Norte
26/02/2008 às 10:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:26

A preocupação assolou a cabeça e o prato de milhares de brasileiros em meados do ano passado. Com a alta nos preços do feijão e do arroz, especialmente do feijão, muita gente começou a ter que comprar feijão preto

Valéria Esteves


Repórter

Os brasileiros terão que continuar adequando o que ganham de salário ao que vão comer diariamente. O feijão e o arroz, além de algumas verduras e frutas desde o ano passado estão com preços altos. E a reclamação não vem só do Norte de Minas ou mesmo do Estado de Minas Gerais. Nas capitais brasileiras os consumidores também reconhecem que se alimentar tem ficado cada vez mais caro no correr dos anos. Isso na visão de especialistas é por conta de vários fatores, inclusive da boa fase das exportações.




No ano passado e ainda neste ano,


o feijão é um dos ingredientes mais caros até agora

Há quem diga que o motivo para permanência da alta na alimentação também se deve a perda no campo devido a seca que predominou em vários territórios da federação nacional bem como do aumento no consumo mundial de alimentos.

Apesar disso, a tendência, conforme economistas, é que os preços caiam especialmente do arroz e do feijão que registraram alta significativa no ano passado.

Estudo feito pelo Departamento de Agronegócio da Fiesp- Federação das Indústrias do Estado de São Paulo aponta, pela primeira vez que a forte inflação de alimentos apurada em 2007 foi provocada por um choque de demanda e não apenas por problemas de oferta. O fenômeno foi observado em carne bovina (que subiu 22,15%), carne de frango (16,17%), ovos (26,05%), leite (19,79%), feijão carioca (144,4%) e leite (19,79%).

Foi superior a 70% a contribuição desses itens para o grupo alimentação e bebidas do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que variou 10,79%, acima da inflação geral, de 4,46%.

- A expansão de 7% na renda e o aumento dos postos de trabalho fez aumentar a demanda nas classes mais baixas, principalmente de produtos mais baratos, como leite, frango e feijão, afirma Benedito da Silva Ferreira, diretor do Departamento de Agronegócio da Fiesp.

CONTRAPONTO

Apesar disso, segundo levantamento divulgado pelo IBGE- Instituto brasileiro de geografia e estatística, levando em consideração as famílias que recebem até 40 salários mínimos, a inflação recuou em setembro em 0,18%, abaixo dos 0,47% registrados em agosto.

Na Ceasa de Belo Horizonte os preços dos produtos sofreram aumento devido ao aumento das chuvas da região Sul do Brasil. Essa tendência continuar nos próximos dias conforme a metereologia que prevê mais chuva nos próximos dias para aquela região.

No Norte de Minas alguns produtores já se preparam para colher o milho entre outros, do período das chuvas, apesar de as lavouras terem sofrido com a última estiagem. Enquanto isso, na Ceanorte há variações de preços de semana a semana. Segundo Elizeno Malheiros, do setor de tabulação dos preços produtos como o tomate registrou queda e custa hoje em média de R$ 8 a R$ 10 a caixa de 22 quilos, a caixa de 14 kg de quiabo também tem oscilado tanto na Central de Abastecimento como nos sacolões da cidade. A batata doce também está com preço alto, sua cotação perfaz a casa dos R$ 18 a saca de 22 quilos. 

Segundo o IBGE, a principal queda de preços ocorreu justamente no grupo alimentação e bebidas, que tem peso de 21% no IPCA- Índice nacional de preços ao consumidor amplo. A variação de preços do grupo foi de 0,44%, contra a alta de 1,33% de agosto. O item Leite e derivados teve papel fundamental para o recuo da taxa de inflação em setembro com queda de 1,2%, depois da alta de 5,77% do mês anterior.

Outros alimentos também contribuíram para a redução da inflação. O preço da carne saiu de uma alta de 2,98% em agosto para 0,62% em setembro e o feijão carioca caiu de 5,11% para 4,09%.

O aumento de preços foi exercido pelo arroz (1,58% em agosto para 3,54% em setembro), o óleo de soja (2,09% em agosto para 4,72% em setembro), vestuário (de –0,03% para 0,45%) com a entrada de novas coleções, e habitação, que passou de 0,05% em agosto para 0,54% em setembro.

Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, no acumulado do ano, o IPCA foi maior (2,99%) do que o registrado em igual período de 2006 (2%). Mas no acumulado dos últimos 12 meses, os percentuais ficam próximos, sendo 4,15% contra os 4,18 % obtidos nos 12 meses anteriores.

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