Alívio à construção: com sinais otimistas na economia, BH lidera a geração de empregos no setor

Lucas Simões
10/09/2019 às 20:48.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:30
 (MAURICIO VIEIRA/ARQUIVO JORNAL HOJE EM DIA)

(MAURICIO VIEIRA/ARQUIVO JORNAL HOJE EM DIA)

Com base nos últimos resultados otimistas do PIB e impulsionada por altas de emprego em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, a construção civil mineira deve chegar a um crescimento de 0,5% neste ano, segundo projeções da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Neste ano, Minas lidera a geração de empregos do setor em todo o Brasil, sendo responsável por 20.507 vagas dos 71.975 empregos criados de janeiro a julho deste ano, segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho. Esse é o melhor resultado para a construção civil mineira desde 2013.

Corroborando o ânimo do empresariado, o número de trabalhadores empregados na construção civil em todo o Estado também registrou aumento de 6,64% nos sete primeiros meses deste ano, saltando de 250.315 empregados em julho do ano passado para 266.934 em julho deste ano. Um sinal, ainda que acanhado, da melhora do setor em Minas.

O vice-presidente da Fiemg, Teodomiro Diniz, avalia que as reformas do governo federal, somadas às novas políticas de financiamento habitacional da Caixa, contribuíram para esse cenário. O financiamento com recursos do SBPE, por exemplo, que injetou R$ 40 bilhões para construção de imóveis até maio, tem projeção de crescimento de 31% até o fim deste ano, segundo a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

“Tendo estabilidade política, teremos instrumentos. O avanço da reforma da Previdência, o novo financiamento da Caixa, até o FGTS como política de incentivo à economia. Isso tudo contribuiu. Hoje, a construção civil é 65% do parque industrial brasileiro e é o setor que mais rapidamente percebe as mudanças da economia”, avalia Teodomiro Diniz, vice-presidente da Fiemg.

O resultado, chamado de “melhora moderada” pela Fiemg, é impulsionado principalmente pela capital mineira e as construções na Região Metropolitana, responsáveis por mais da metade (66%) da geração de empregos em Minas, tendo aberto 13.537 postos de trabalho dos mais de 20 mil empregos gerados no Estado de janeiro a julho de 2019.

Para Renato Michel, vice- presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, a capital mineira vive uma corrida para aprovação e execução de obras, antes da entrada em vigor do novo Plano Diretor, que unificou o coeficiente de aproveitamento em 1.0, limitando a capacidade de construção ao tamanho do próprio terreno. 

“Não sabemos como as regras serão aplicadas na prática, ainda não começou. Então, nos últimos meses houve uma corrida para aprovar projetos e executá-los, o que de alguma forma movimentou o setor. Como Belo Horizonte tem quase 92% do território já construído, a Região Metropolitana se torna um atrativo para muitos empresários”, avalia Renato.

Apesar dos sinais de melhora, a construção civil mineira ainda permanece em estado de alerta em relação às vendas, tendo assistido a uma inflação de 4% no preço dos imóveis de Belo Horizonte e Nova Lima. O estoque de unidades residenciais nas duas cidades está em 3.250 unidades, quase a metade do que a média de 2016, quando 6.545 unidades estavam disponíveis para compra.

“A oferta de imóveis em construção ainda está baixa porque não tivemos incentivos suficientes, apesar da pequena melhora. Para se ter uma ideia, Curitiba e Porto Alegre, comparáveis a Belo Horizonte, têm 8 mil unidades disponíveis cada”, avalia Renato Michel, do Sinduscon-MG.

 MinasCon espera público de 10 mil na capital mineira

Focado em novas tecnologias para o setor, mais sustentáveis e menos onerosas, o MinasCon, encontro unificado da cadeia da construção civil em Minas Gerais, volta a acontecer em Belo Horizonte neste ano, em uma parceria entre a Fiemg e o Sebrae. A expectativa é atrair cerca de 10 mil profissionais, entre 17 e 22 de setembro. 

Ao custo de R$ 1,5 milhão, o evento apresentará ao menos 30 eventos públicos, além de 50 painéis com diversos debates sobre as práticas do setor, inovação, indústria 4.0 e sustentabilidade.

“A principal ideia é mostrar como o setor da construção civil pode inovar, ser mais sustentável e até reduzir custos utilizando tecnologias mais limpas e eficientes. É um encontro que propicia contato entre muitos profissionais da cadeia da construção civil”, avalia o diretor superintendente do Sebrae/MG, Afonso Maria Rocha.
Destaque para a abertura do evento, no dia 17, com palestra de Salim Mattar, secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia. Mattar estará acompanhado do governador Romeu Zema (Novo).

Uma novidade deste ano é a Feira de Imóveis, realizada entre os dias 21 e 22, com diversas opções de compra em Belo Horizonte e na região metropolitana. 
“Apesar de ser voltado a profissionais da construção, como arquitetos, engenheiros, designers de interiores, o MinasCon é aberto ao público. E é uma oportunidade de as pessoas fazerem uma boa pesquisa de mercado, serão dezenas de construtoras e imobiliárias. É algo que aproxima o público do setor também”, avalia Renato Michel, do Sinducon-MG.

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