Alta nas exportações do mel

Jornal O Norte
30/04/2007 às 08:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:03

Valéria Esteves


Repórter

As exportações brasileiras de mel têm crescido, afirma o Sebrae. Enquanto isso a cadeia produtiva da apicultura no Norte de Minas tem buscado seu lugar no mercado competitivo. A Apisnorte - Associação de apicultores do Norte de Minas tem trabalhado para organizar a cadeia e, ainda, ministrar cursos e aumentar a renda familiar.






Em todas as embalagens, a presidente Francis Feitosa de Holanda diz ter colocado a composição do mel, mesmo porque o objetivo é popularizar o produto tanto no Norte de Minas quanto no estado.


Empenhados pelo auxílio do Sebrae na Geor - Gestão Estratégica Organizada para Resultados a entidade tem a pretensão de inserir o mel na cesta básica e na merenda escolar, além de aumentar a produção de mel na região.





Outro grande anseio é convencer os consumidores a utilizar o mel no lugar do açúcar, já que esse produto vem de outros estados. Durante a feira agropecuária de Montes Claros, a Expomontes, a Associação aproveita para divulgar seus produtos distribuindo bolachas com mel. E o mais interessante é que não demora muito para o stand estar lotado de degustadores que acabavam comprando o produto.





O embargo europeu ao mel brasileiro, desde março de 2006, não impede que as exportações brasileiras desse produto continuem crescendo. Em março deste ano, o valor da exportação de mel duplicou e a quantidade exportada aumentou mais de 150% em relação o mês de fevereiro.





As exportações do país atingiram US$ 1,7 milhão e 2,033 milhões quilos, em março, frente aos US$ 865,4 mil e 486,4 mil quilos exportados em fevereiro deste ano. Porém, a receita de exportação com o produto neste primeiro trimestre do ano (US$ 3,11 milhões) ainda é 48% inferior a do mesmo período de 2006 (US$ 6,011 milhões).





O consultor da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenador nacional da rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Reginaldo Resende, explica que a queda relativa na receita é justificada, em parte, pelo fato das exportações de mel no primeiro trimestre do ano passado terem sido atípicas.





- Naquele período houve um grande aumento nos volumes de mel brasileiro importado pela Europa antes do embargo europeu ao produto brasileiro - ressalta. No primeiro trimestre de 2006, só a Alemanha respondeu por 68% das importações de mel do Brasil.





Segundo informações do Sebrae, o mercado americano foi o principal importador do mel brasileiro, alcançando US$ 3,006 milhões, o equivalente a 96,6% do total das exportações no período. Destaca-se que de 2005 para 2006, o Brasil passou de sétimo para o quarto maior exportador de mel para os Estados Unidos, ultrapassando países como Vietnã, Índia e Rússia, tradicionais exportadores.





Os apicultores brasileiros também estão na expectativa de que haja o retorno, no segundo semestre deste ano, das exportações de mel para a Europa. A missão da União Européia ao Brasil atestou que o mel brasileiro está entre os que têm menor nível de resíduos, ressaltou Paulo Levy, diretor da empresa Cerapi, exportadora cearense de mel orgânico. Para ele, esse é um sinal de que o embargo europeu ao mel brasileiro logo será extinto.





Em outros municípios a apicultura tem se manifestado mais intensamente como acontece em Pirapora, onde a produção de mel e seus compostos, própolis, o mel ainda no favo, ou até mesmo no balde, mais comumente trabalhado, segundo os apicultores, rende uma média de até R$ 400.


Na região de Januária, essa atividade também é crescente. O apicultor Roberto Rodrigues diz que com 28 colméias consegue tirar até R$ 300 por mês, sendo que sua pretensão é aumentar a produção.





- Quero viver o restante de minha vida sendo apicultor, mesmo porque não me vejo em outra profissão. Sustento a minha família é com esse dinheiro - diz. (com informações Sebrae)



· No primeiro trimestre do ano, as exportações de outras ceras de abelhas foram da ordem de US$ 1,14 milhão. Esse resultado representa uma redução de 20,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Do total comercializado desse produto, 77% foi destinado ao Japão e 19,6% à China. A liderança na exportação foi de São Paulo (US$ 58,1 mil), seguido de Minas Gerais (US$ 500,2 mil).





Os dados constam do levantamento consolidado pelos consultores da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenadores nacionais da Rede Apicultura Integrada Sustentável, Alzira Vieira e Reginaldo Resende. A referência é o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet -Alice-Web, da Secex- Secretaria de Comércio Exterior do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

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