(Lucas Prates)
Entre os gastos familiares listados pela CDL-BH, os relacionados à moradia consomem até 23% da renda mensal per capita dos belo-horizontinos. E isso em uma capital na qual o déficit habitacional é um dos maiores problemas a vencer.
Dados da Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor da Câmara Municipal (CMBH) indicam que 50 mil famílias da cidade sequer têm casa; paralelamente, há 64 mil moradias vazias. Também existem 822 famílias em habitações precárias e 41 mil com ônus excessivo do aluguel – ou seja, comprometendo mais de 30% da renda.
Em julho, vereadores aprovaram um PL que autoriza o Executivo a doar áreas do Município e a fazer aporte financeiro ao Fundo de Arrendamento Residencial para construir moradias populares. Um dos motivos da proposta é o alto preço dos imóveis em BH. De acordo com o líder da PBH, Léo (PSL), o projeto permitiria a compra compartilhada de casas quem ganha até 1,5 salário mínimo. “Quem paga R$ 500 ou R$ 600 de aluguel poderá pagar uma prestação de cerca de R$ 300”, explica o vereador.
Limites
A legislação de uso de solo na capital e o alto do custo para aquisição de terrenos impedem redução do déficit habitacional. “Comprar e pagar por um imóvel é muito caro. A legislação é cheia de entraves e não dá espaço para expansão de lançamentos. Além disso, a demanda ainda é muito maior do que a oferta e isso faz os preços subirem ainda mais”, destaca Flávia Vieira, vice-presidente da CMI/Secovi-MG.
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