Estudantes da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade (Univercidade), ambos descredenciados pelo Ministério da Educação (MEC) por causa de uma grave crise financeira que resultou na precariedade no ensino, saíram insatisfeitos da reunião com o secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do ministério, Jorge Messias, nesta quinta-feira, 16, à noite.
"Esperávamos que o governo federalizasse as universidades ou fizesse uma intervenção. Isso poderia ter sido feito há mais tempo. Paguei o semestre passado e não tive aula. A solução precisa ser mais rápida", disse, depois da reunião, Rafael Collado, que está no quinto período de Medicina da Gama Filho.
O encontro durou o dia inteiro. O secretário fez uma apresentação sobre os critérios que serão usados para que os 12 mil alunos das duas universidades sejam transferidos para outras faculdades particulares do Rio. Os diferentes cursos serão agrupados em lotes, que vão misturar áreas de maior e menor apelo econômico aos olhos das instituições interessadas, ou seja, com mais ou menos alunos matriculados. Dessa forma, o MEC tenta garantir que todos os cursos sejam incorporados.
O ministério vai convocar faculdades particulares da cidade para uma audiência pública na terça-feira que vem, dia 21, na qual o edital de transferência será detalhado. O ministério pretende estimular a contratação de professores egressos das duas universidades - controladas pelo mesmo grupo, a Galileo Educacional -, e também que sejam aproveitadas as disciplinas nas quais os alunos já tenham sido aprovados. Os dados acadêmicos dos 12 mil já foram encaminhados ao governo.
"A instituição que vencer o edital será a que oferecer maior equivalência econômica, de mensalidades e descontos, e maior aproveitamento dos estudos realizados. Temos recebido várias solicitações de instituição interessadas", afirmou Messias.
Os estudantes estão preocupados com as disciplinas que não foram concluídas por conta das consecutivas greves por que passaram, e temem ter de cursar novas matérias que não estavam na grade de seus cursos, mas são obrigatórias nas universidades que os absorverem. Não querem adiar a formatura nem pagar mais do que tinham previsto.
Pelo Twitter, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que conversou com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e que ele garantiu que antes do início do ano letivo "todos os alunos e professores estarão em outras instituições".
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