(Reprodução/Tampa Bay Times)
A norte-americana Gretchen Molannen (39) foi encontrada morta em sua casa na Flórida, Estados Unidos, no último final de semana. Existe a suspeita de que ela tenhacometido suicídio, após lutar por mais de dez anos contra uma rara doença que a fazia se masturbar por horas e ter orgasmos espontâneos. Em entrevista ao jornal Tampa Bay Times, ela descreveu o horror da condição que a impediu de ter uma “vida normal”.
Alguns dias antes do ocorrido, Gretchen deu uma entrevista à um jornal da cidade de Tampa contando seu caso. Ela sofria de uma condição chamada de Transtorno de Excitação Genital Persistente (PGAD), que é caracterizada por deixar a pessoa em estado constante de excitação sexual.
De acordo com a entrevista ao jornal norte-americano, ela sofria da doença desde os 23 anos. Ela contou que nos primeiros anos não sabia do que se tratava até ser diagnosticada corretamente. A condição a impediu de ter relacionamentos e trabalhar por longos períodos, por não conseguir evitar situações extremamente desconfortáveis.
“Eu tinha uma vida muito diferente antes de descobrir esse problema”, diz. Em outro momento da entrevista, ela contou o quão aterrorizante era não ter controle sobre o próprio corpo e sobre as próprias emoções. Por duas vezes, Gretchen tentou se cadastrar no governo como deficiente, mas o pedido foi negado, pois o juiz local entendeu que ela não se encaixava nas condições previstas em lei. Por conta disso, seu namorado ajudava a pagar as contas para manter a casa de seus pais.
Gretchen conta que por causa do problema deixou de fazer sexo e tinha constantes ataques de fúria. Vários médicos tentaram, sem sucesso, aplacar de forma definitiva, receitando medicações que podiam amenizar a situação. Eram constantes os momentos de depressão e os pensamentos de tirar a própria vida.
Segundo Gretchen, sem a medicação, ela poderia ter 50 orgasmos seguidos. De acordo com o jornal Sex and Marriage Therapy, antidepressivos, menopausa e até uma forte queda podem desencadear a doença. No entanto, não há uma estimativa de quantas mulheres sofram do problema no mundo, diagnosticado pela primeira vez em 2001.
Ao fim da matéria, o Times lamentou a morte de Gretchen e lembrou do orgulho que ela expressou, por e-mail, de poder expor sua condição e contar sobre sua história, entrecortada de tristeza. Como diz o título original do periódico, “Transtorno de Excitação Genital Persistente traz às mulheres agonia, não êxtase” (tradução livre).