Ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez foi sondado pela equipe do petista Fernando Haddad para assumir a Secretaria Municipal de Esportes, que no próximo ano terá a função de organizar a abertura da Copa de 2014 em São Paulo. Amigo pessoal de Lula e filiado ao PT desde 2009, Sanchez negocia sua participação na Prefeitura com deputados estaduais do partido enquanto aguarda o convite oficial de Haddad, que deverá ser feito nos próximos dias.
A indicação ganhou força na sexta-feira (23), quando o técnico Mano Menezes, aliado de Sanchez na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foi demitido. Atual diretor de seleções da entidade, o corintiano deve oficializar sua saída nesta terça-feira.
A participação do dirigente na equipe petista não é novidade. Sanchez foi figura constante na campanha de Haddad, especialmente no segundo turno, quando passou a fazer caminhadas pela zona leste ao lado do candidato. Influente entre os torcedores corintianos, chegou a pedir votos no canteiro de obras do Itaquerão, estádio que deve receber a partida inaugural da Copa.
Incentivado por Lula, o empenho de Sanchez o aproximou da equipe petista. O contato constante levou o são-paulino Haddad a brincar que não pagaria a ajuda mudando de time. Semanas antes da eleição, declarou que a cota alvinegra na família já era exercida pelo filho, Frederico, corintiano assumido.
A amigos, Sanchez ressalta que defendeu a eleição de Haddad desde o início, quando pesquisas indicavam apenas 3% de intenção de voto ao petista. E lembra que tem bom trânsito entre empresários e políticos - foi na sua gestão à frente do Corinthians que o time conseguiu patrocínio para iniciar a construção do estádio. A Prefeitura, aliás, é a principal apoiadora. Com o aval da Câmara, a gestão Gilberto Kassab (PSD) aprovou pacote de isenções fiscais ao clube avaliado em R$ 420 milhões.
Disputa
A oficialização de Sanchez no cargo acabará com uma batalha entre dois aliados do futuro governo. Tanto o PMDB de Gabriel Chalita como o PCdoB da vice-prefeita eleita, Nádia Campeão, disputam o comando da secretaria, que em 2013 deve ter orçamento inicial de R$ 263 milhões, com previsão de alta.
Mais do que comandar a verba municipal, o futuro secretário terá visibilidade assegurada, pelo menos até o fim da Copa - São Paulo pode receber a partida inaugural e também uma das semifinais. E ainda vai ter participação nas negociações envolvendo patrocínios milionários no pré-Mundial.
Até agora, a participação de Sanchez só tem um impedimento: a pretensão do corintiano de alçar voos mais altos. Não é de hoje que ele demonstra interesse em ser presidente da CBF. Nesse caso, o ex-jogador Raí está na fila. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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