(Samuel Costa/Hoje em Dia)
A Anistia Internacional, organização internacional de defesa dos direitos humanos, divulgou nesta terça-feira (1º), um balanço parcial sobre os protestos e a repressão policial no Brasil durante a Copa do Mundo. O relatório descreve oito casos de repressão a manifestantes, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Também são relatados casos de violência e cerceamento ao trabalho de sete jornalistas, em São Paulo, no Rio e em Belo Horizonte - e o uso de armas de fogo por policiais em São Paulo e no Rio.
A entidade cobra que policiais flagrados usando força abusiva sejam punidos e que o direito à manifestação e a liberdade de imprensa sejam respeitados. A Anistia Internacional também reclama que a Fifa não autorizou agentes da Defensoria Pública do Rio de Janeiro a ingressar no estádio do Maracanã para prestar assistência jurídica e prevenir violações de direitos durante os jogos, e pede que essa autorização seja concedida.
O relatório registra também três episódios de violência praticados por manifestantes. Sobre um deles, ocorrido em São Paulo em 19 de junho, quando uma concessionária da Mercedes-Benz e cinco agências bancárias foram depredadas, o relatório afirma que "pessoas que estavam na manifestação teriam invadido uma concessionária de carros de luxo e algumas agências bancárias". Naquela ocasião, imagens de câmeras de segurança registraram a atuação de black blocs destruindo mais de dez carros. A concessionária teve prejuízo de aproximadamente R$ 3 milhões.
Para Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional no Brasil, três aspectos resumem a situação até agora: 1) o posicionamento claro das autoridades contra novas leis que regulem protestos, postura que ele elogia; 2) o uso de força que ele considera exagerada pelas forças de segurança; e 3) a violência, que acaba colocando em risco tanto os manifestantes como os agentes de segurança e o patrimônio.
"As forças de segurança ainda não aprenderam que o uso exagerado da força, com bombas e balas de borracha, só gera caos, correria e mais violência. Existem formas mais eficientes de conter os atos, evitando que se chegue ao ponto em que chegou em São Paulo, por exemplo, quando a concessionária foi depredada", afirma Atila Roque.
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