(André Luiz Mello/Agência O Dia)
Repercutiram na Europa os dois artigos publicados pelo Hoje em Dia, assinados pelo jornalista Mauro Santayana, que escreve no jornal todo domingo e quarta-feira, contra a extradição do professor espanhol Joseba Gotzon Vizan González. Ele foi preso pela Polícia Federal e policiais espanhóis no dia 18 de janeiro, no Rio de Janeiro, acusado, na Espanha, de integrar o grupo separatista basco ETA, e no Brasil, por falsidade ideológica. Joseba estava foragido desde 1991, quando teve a ordem de prisão emitida pela Audiência Nacional, tribunal espanhol encarregado a assuntos de terrorismo.
Um jornal da região espanhola Catalunha (‘El Periódico’) publicou, com chamada de primeira página e também na sua versão na internet, com foto, matéria relatando que “o primeiro a abordar o assunto foi o prestigioso jornalista Mauro Santayana, que de sua coluna de opinião no diário Hoje em Dia, fez a defesa ferrenha do direito do ‘etarra’ (membro da ETA) de reclamar o asilo”.
O jornal espanhol destacou que, no artigo “O terror e o terror”, o primeiro deles, publicado em 20 de janeiro último, Santayana “invoca a história de resistência do povo basco e assegura que a justiça espanhola está carente de garantias democráticas”.
Segundo o jornal, a prisão de Joseba poderia ter sido algo banal, “num país de quase 200 milhões de habitantes”, não fosse a defesa assumida pelo “prestigioso periodista”.
Para o jornal espanhol, o caso despertou “uma comoção inusitada na opinião pública brasileira devido às especiais conotações da prisão”.
Os artigos de Santayana fazem parte da campanha iniciada pelo ex-vereador de Belo Horizonte Betinho Duarte, vice-presidente da Associação dos Amigos do Memorial da Anistia Política no Brasil, logo no dia seguinte à publicação do primeiro deles, pedindo libertação e asilo para Joseba.
Betinho Duarte, que já foi presidente da Câmara de Vereadores da capital mineira, diz ter enviado mais de 50 mil mensagens para várias instituições e personalidades do Brasil e do exterior.
Difundida por meio de três abaixo-assinados pela internet, a campanha se tornou um movimento internacional, mobilizando principalmente grupos da Anistia Internacional. A campanha pede a libertação e concessão de asilo político para Joseba, casado no Brasil, onde vive há 16 anos e é pai de uma filha. O basco está no presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro. “O professor é um patriota e não um terrorista”, sustenta Mauro Santayana.
Leia mais na Edição Digital do Hoje em Dia.