Apesar das promessas do governo, alimentos continuam caros

Jornal O Norte
15/05/2008 às 15:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:33

Valéria Esteves


Repórter


 


O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que os preços agrícolas não terão mais impacto na inflação brasileira neste ano. Ele também considerou que para 2009 as elevações dos preços dos alimentos deverão ser pequenas, em comparação às altas registradas nos últimos anos. Todo impacto que tinha que ser sentido já ocorreu, disse o ministro. Ele afirmou que os preços terão baixo efeito na inflação do país por causa das medidas de incentivo à produção de alimentos, que já foram anunciadas no caso do trigo e serão definidas para outros produtos.

Mas enquanto essa convicção do ministro não chegar às prateleiras, os consumidores ainda continuarão pagando mais caro, especialmente por produtos como o feijão e o arroz que ultimamente têm fixado preços exorbitantes nos supermercados.

Há quem diga que o motivo para permanência da alta na alimentação também se deve a perda no campo devido a seca que predominou em vários territórios da federação nacional, bem como do aumento no consumo mundial de alimentos.

O ministro disse que no caso do feijão estão sendo estudadas alternativas como garantia de preço e seguro agrícola. Ele afirmou que não é possível esperar que o preço do feijão retorne aos níveis inferiores a R$ 60,00 por saca, mas também não subirá acima do patamar atual. O preço de R$ 80,00 (por saca) seria interessante para o produtor de feijão. Apesar da expectativa de queda nos preços dos alimentos no mercado interno, o ministro disse que existem estudos que apontam para novos reajustes em termos mundiais dos preços das matérias-primas a partir de 2010.

Os preços também aumentaram na Ceanorte- Central de abastecimento do Norte de Minas e, mais ainda, a alta também chegou aos sacolões da cidade. Apesar de o governo federal garantir que não faltará nem arroz, nem quaisquer alimentos à mesa do brasileiro, os preços de alguns produtos vão começar a ficar mais caros, isso porque a inflação também contribuirá, tendo em vista que a safra para alguns produtos não foi muito interessante.

Os consumidores já percebem aumento em frutas como o abacaxi R$ 22; limão R$ 12,00; batata inglesa R$ 40; beterraba R$ 40, entre outros, na cidade e na Central de abastecimento do Norte de Minas.

O feijão e o arroz, além de algumas verduras e frutas, desde o ano passado estão com preços altos. E a reclamação não vem só do Norte de Minas ou mesmo do Estado. Nas capitais brasileiras os consumidores também reconhecem que se alimentar tem ficado cada vez mais caro no correr dos anos. Isso, na visão de especialistas, é por conta de vários fatores, inclusive da boa fase das exportações.

Há quem diga que o motivo para permanência da alta na alimentação também se deve a perda no campo devido a seca que predominou em vários territórios da federação nacional, bem como do aumento no consumo mundial de alimentos.

A tendência, conforme economistas, é que os preços caiam especialmente do arroz e do feijão que registraram alta significativa no ano passado.

Em análise feita por economistas ao Valor Econômico, ficou provado que nos três primeiros meses do ano, os alimentos avançaram 3,04%,  enquanto educação subiu 3,92%. Juntos, os dois grupos contribuíram com 0,94 ponto percentual, o equivalente a 62% do total do IPCA no primeiro trimestre.

Os alimentos são produtos de mercado, que dependem de cotação internacional e da demanda do mercado interno. Desde meados de 2007 que a pressão desse grupo tem sido muito forte e o ano de 2008 já começou com taxas crescentes para alimentação, frisou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Entre as maiores pressões para o índice trimestral, destaque para os colégios e cursos, que subiram 4,42% e contribuíram com 0,21 ponto percentual para o IPCA; refeição fora, com alta de 3,34% e contribuição de 0,08 ponto percentual; empregados domésticos, com 2,32% e 0,07 ponto percentual; óleo de soja, com 25,47% e 0,07 ponto percentual; pão francês, com 6,20% e 0,07 ponto percentual; e tomate, com 56,72% e 0,07 ponto percentual.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por