Apoiadores de Haddad realizam um 'aulão' pela democracia no Centro de BH

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
24/10/2018 às 12:46.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:24
 (Cinthya Oliveira )

(Cinthya Oliveira )

Centenas de apoiadores do candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, se reuniram na manhã desta quarta-feira (24), no Centro de Belo Horizonte, para um “aulão” da democracia. O ato contou com a apresentação de dois professores da UFMG: Emilio Peluso Neder Meyer, da Faculdade de Direito, e Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação. Deputados do PT também estiveram presentes. 

Os discursos foram pautados por críticas ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) – sempre colocado como uma opção antidemocrata – e à perspectiva de uma virada de votos na reta final do período eleitoral. Emílio Peluso explicou ao público que o crescimento da direita não acontece somente no Brasil, mas também em outros países. “O mundo vive uma onda autoritária que ultrapassa os limites do Brasil e está presente em lugares como Estados Unidos e Hungria. Mas a democracia tem todos os instrumentos para debelar o crescimento do autoritarismo”, afirmou.

Para ele, uma “virada” até domingo (28) é possível, pois há um grande número de pessoas no Brasil que valorizam a democracia. O professor afirmou que o regime autoritário brasileiro, entre os anos de 1964 e 1984, deixou um legado muito ruim ao país e a população deve, agora, valorizar outra herança, a da Constituição de 1988.

Peluso disse ainda que o PT nunca interferiu nas instituições democráticas, mesmo quando não concordou com posturas dos poderes legislativo ou judiciário. Para o professor de Direito, o trabalho para conquistar votos deve ser feito por meio de propostas democráticas. “Como acadêmico, não poderia deixar de citar um teórico. Lembro aqui do filósofo alemão Jüngen Habermas: 'não se pode ter nem manter um Estado de direito sem democracia radical”, citou.

A professora Nilma Lino Gomes, que comandou o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no governo de Dilma Rousseff, levantou uma reflexão sobre o crescimento do conservadorismo em meio à democracia brasileira. Nilma pediu aos presentes para não “culpabilizar” as mais de 40 milhões de pessoas que votaram em Bolsonaro no primeiro turno, pois é importante compreender o fenômeno social que permitiu a ascensão do candidato.

Ela valorizou os movimentos sociais e listou ainda as políticas públicas implementadas nos 14 anos de governo do PT, reconhecendo que a esquerda precisa fazer uma autocrítica sobre o período em que esteve no poder. “Reconhecer erros não é se automutilar, reconhecer erros é a esquerda se rever e sempre seguir em frente, em nome da democracia”, afirmou.

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