Após 3 anos, Largo da Batata segue sem árvores

Bárbara Ferreira Santos
18/04/2013 às 08:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:55

Já se passaram três anos desde que a Prefeitura começou a replantar jabuticabeiras para compensar a retirada de 80 árvores do Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, mas as mudas não vingaram. As árvores na esplanada não chegam a um metro e morrem, segundo comerciantes da região. As plantas que conseguiram crescer estão secas, quebradas e tortas.

Os comerciantes da região reclamam que não é feita a manutenção das mudas. "A Prefeitura planta, tira o mato, mas não retorna e não coloca água", afirma Dalva Souza, de 58 anos. Almir Lima, de 52 anos, diz que nesse período já foram feitos quatro replantios. "Por incrível que pareça, as mudas do canteiro central foram as últimas a serem plantadas e as únicas que cresceram. Eles plantam quando não tem chuva e não jogam água. Como querem que vingue?" Lima explica que, durante a noite, as mudas são arrancadas por vândalos. "Quem trabalha aqui é que, de manhã, firma as árvores de volta no local", afirma o comerciante.

Segundo a aposentada Clarice Guardato, de 89 anos, que mora em Pinheiros e todo dia anda no Largo da Batata, a degradação do local impede o crescimento das mudas. "O pessoal urina nas árvores, não tem jeito. As plantas que conseguem sobreviver são as mais antigas, plantadas antes da obra." O replantio das árvores será concluído até agosto deste ano, segundo a São Paulo Obras (SPObras), que administra as obras de ampliação do Largo - desde 2007 em execução. "Todas as mudas que morreram serão substituídas e outras ainda serão plantadas." O órgão afirma que existe a proposta de aumentar o número de árvores, mas não soube especificar quantas mudas serão replantadas.

No entanto, os moradores dizem que o plantio não está sendo feito da forma correta e o tipo de árvore colocada no local não é adequado ao solo da região. "Eles fazem um buraco raso para plantar a muda, nunca vi plantarem desse jeito", diz Edilson Batista Ferreira, de 37 anos. "Há mais de um ano está assim. Não sei por que plantar, se não cuidam", conta Maria Alice Silva, de 63 anos.

A SPObras afirma que no local serão colocadas árvores nativas, mas as espécies "só serão instaladas depois de uma avaliação dos botânicos e técnicos sobre o solo e as características do local para ver quais plantas são as mais adequadas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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