Após dez dias de evento, o que fica da Rio+20

Do Hoje em Dia
25/06/2012 às 09:07.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:04

Terminou na sexta-feira (22), no Brasil, o maior evento já realizado pela ONU, com a participação de mais de 45 mil pessoas e delegações de 188 países. Nesses dez dias da Rio+20, segundo o secretário-geral da conferência, Sha Zukang, foram firmados compromissos voluntários para direcionar R$ 1,6 trilhão ao desenvolvimento sustentável nos próximos dez anos. Mas ele mesmo reconheceu que os compromissos assumidos em Copenhague, em 2009, não foram cumpridos até hoje.

Portanto, nesta semana que se segue ao importante evento, convém reafirmar os principais compromissos, para que não fiquem esquecidos. Não esquecendo também as palavras de Dilma Rousseff no discurso de encerramento, a amenizar a frustração dos que esperavam mais desse encontro das nações: “Lançamos as bases de uma agenda para o século XXI, trouxemos a erradicação da pobreza para o centro do debate do futuro que queremos e criamos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para focar e orientar nossas metas.” Esta sigla, ODS, tem tudo para ficar famosa.

Esses objetivos estão delineados no documento “O futuro que queremos”, de 53 páginas, no qual foram anexadas as propostas apresentadas pela Cúpula dos Povos, um evento paralelo realizado no Aterro do Flamengo, com quase 10 mil membros de centenas de ONGs de todo o mundo. Um grupo a ser formado pela ONU, com representantes de seis países de cada continente, deverá estabelecer até o final de 2014 os ODSs, as metas e, se possível, os recursos para sua execução, diante da crise financeira mundial. É preciso também encontrar formas para fortalecer o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que não foi transformado em agência.

Portanto, há um longo e áspero caminho a percorrer para que os objetivos sejam alcançados, como reconheceu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao lembrar que muitas pessoas permanecem pobres, com fome, vulneráveis. “Não podemos poluir mais esses ecossistemas frágeis, não podemos hipotecar o futuro por nossas necessidades de curto prazo”, advertiu ao discursar antes de Dilma.

Ficou bem nítida no evento a importância, ao lado do esforço coletivo, das atitudes individuais, de pessoas e empresas, para se alcançar num futuro não muito distante um mundo mais justo e menos poluído, em que o desenvolvimento não se faça à custa dos pobres e do meio ambiente. Mudanças comportamentais de produção e consumo serão muito relevantes daqui pra frente.

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