(Paula Fraes/GOV-BA)
Minas Gerais vive um crescimento destacado de casos, internações e mortes por causa da Covid-19, assim como tem acontecido em todo o país, mas deve haver uma estabilização da curva da epidemia em meados de janeiro. Essa é a previsão divulgada pelo secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, durante coletiva à imprensa realizada nesta terça-feira (22).
“A transmissão agora é diferente. No início do ano, tínhamos uma pessoa que passava para duas, que passava para quatro. Mas agora temos uma transmissão difusa, espalhada por todo o mundo, numa retroalimentação, com o vírus voltando a circular (numa região) várias vezes. A ideia que nós temos é que isso comece a reduzir a partir de meados de janeiro e a nossa expectativa é que haja uma estabilização no fim janeiro”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, hoje a taxa média de transmissão por infectado (Rt) no Estado é de 1,08. Isso quer dizer que, neste momento, em média, 100 pacientes transmitem o novo coronavírus para outras 108 pessoas.
O crescimento de casos acaba gerando um aumento nas internações. Atualmente, Minas tem mais pessoas com Covid em hospitais da rede pública do que havia sido registrado no pico de julho. “A demanda por internações em UTIs da rede pública vem aumentando progressivamente nas últimas semanas”, disse o secretário, reforçando que esse crescimento de infectados também tem sido observado em cidades com menos de 30 mil habitantes.
Amaral ainda fez questão de reafirmar que o comportamento da epidemia depende totalmente das ações dos cidadãos, que devem respeitar as orientações das autoridades: distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras.
É preciso que todos tomem os cuidados hoje para uma redução de internações no início de 2021. “Toda ação tem atraso de 21 dias na repercussão. Se hoje o cidadão compreender a importância do distanciamento, demoraremos 21 dias para ter mudança no perfil da epidemia. Por isso é tão fundamental a consciência do cidadão”, explicou o secretário.
Ele ainda reiterou que não é preciso montar um hospital de campanha porque a rede assistencial foi ampliada em todo o Estado para dar conta de uma grande demanda por internações, praticamente dobrando o número de UTIs e leitos de enfermaria. Quando há saturação em um município, os pacientes são levados para hospitais de cidades mais próximas.
Vacina
Questionado sobre um possível plano de vacinação para Minas Gerais, o secretário explicou que o Estado fará a imunização de seus cidadãos conforme o programa nacional definido pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, isso será divulgado conforme a aprovação de vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a capacidade de entrega dos laboratórios que farão acordos com o ministério.
“É fundamental que todos entendam que o Ministério da Saúde tem preferência na aquisição de vacinas. Isso significa que quem terá primeiro as vacinas será o ministério”, disse o secretário. “Depois disso, o município que quiser, poderá ter vacinas”.
Em Minas, grandes cidades, como Belo Horizonte, Betim e Uberlândia, já estão negociando com o governo de São Paulo e o Instituto Butantan a aquisição de doses da Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac. O pedido para a aprovação do imunizante ainda deve ser enviado à Anvisa.