O líder xiita rebelde do Iêmen incrementou seu ataque contra o presidente do país neste domingo (22), prometendo enviar combatentes ao sul, onde Abed-Rabbo Mansour Hadi buscou refúgio. A declaração foi dada horas depois de sua milícia apoderar-se da terceira maior cidade do país, Taiz.
Abdel-Malik al-Houthi, que tem o apoio de defensores do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, disse que a mobilização tem por objetivo combater a Al-Qaeda e outros grupos militantes, bem como forças leais a Hadi, que tem o apoio da comunidade internacional.
Em seu discurso de uma hora, transmitido por um canal de televisão na Ilha Masirah, al-Houthi chamou Hadi de marionete de poderes internacional e regional que desejam "importar o modelo da Líbia" para o Iêmen. Ele disse que Estados Unidos, Israel, Arábia Saudita e Qatar conspiram contra o Iêmen e outros países na região.
A Líbia está despedaçada por milícias beligerantes com parlamentos rivais que reivindicam legitimidade e radicais do grupo do Estado Islâmico.
A desordem no Iêmen se aprofundou desde que o grupo rebelde xiita, conhecido por Houthis, apoderou-se de Sanaa em setembro. Atualmente, eles controlam ao menos 9 das 21 províncias do país.
A escala de violência neste domingo começou quando forças leais a Saleh tomaram Taiz e seu aeroporto internacional. Oficiais de segurança aliados a Hadi disseram que as forças rebeldes já estavam mobilizando tanques e combatentes na estrada entre Taiz e a província vizinha Lahj, aparentemente a caminho de Áden, a segunda cidade mais importante do país e centro econômico.
"A decisão (de mobilização) tem por objetivo confrontar forças criminais, a Al-Qaeda e seus parceiros, e todos aqueles que querem dominar as regiões com pretextos políticos", disse al-Houthi. Ele acusou Hadi de se unir a grupos militantes para desestabilizar o Iêmen.
Oficiais de segurança disseram que uma pessoa foi morta e quatro feridas quando combatentes rebeldes atearam fogo sobre multidões que protestavam em Taiz contra seu avanço na cidade.