Parada na Assembleia

Após um mês, CPI da Mineração não consegue assinaturas para virar realidade

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
02/06/2022 às 09:03.
Atualizado em 02/06/2022 às 09:12
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

A proposta de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os projetos de mineração na Serra do Curral completou um mês e ainda não conseguiu o número mínimo de assinaturas necessárias. Para instalar a CPI é preciso a assinatura de 26 parlamentares, e a deputada estadual Ana Paula Siqueira (Rede), autora da proposta, só conseguiu 24 adesões até o momento.

Segundo ela, os parlamentares têm diversas razões para não assinarem o pedido de CPI. “São diversas alegações, desde justificativas de composição de base do governo até conflitos de interesses mesmo, a que os deputados estão expostos. E existe também a falta de compromisso de alguns”, avalia a deputada.

“São várias justificativas, desde fazer parte da base do governo até conflitos de interesses. E também a falta de compromisso de alguns” - Dep. Ana Paula Siqueira (Rede)

Apesar das dificuldades de mobilizar os parlamentares, ela ainda tem expectativa de conseguir todas as assinaturas. 

“A cada dia surgem novos fatos que perpassam essa questão da Serra do Curral e a gente trabalha com esses fatos para sensibilizar os deputados para assinarem a criação da CPI”, afirma.

Um dos deputados que receberam críticas por não defender a instalação da CPI foi o petista Virgílio Guimarães (PT). Em plenário, o parlamentar argumentou que uma CPI precisa ter objetivo específico.

“A CPI tem uma grande função na história dos legislativos, mas precisa ter foco determinado, tem que buscar a solução para um problema específico, o que não é o caso. A ocupação da Serra do Curral é problemática, mas precisa de soluções como um plano diretor, não um caso específico sobre mineração, que não seria oportuno”, afirmou Virgílio Guimarães.

Na justificativa para instalação da Comissão, a deputada destacou a reunião de 18h no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), que aprovou o licenciamento. 

“A aprovação para a implantação do empreendimento vai contra a legislação de Nova Lima e ignora o processo de tombamento a patrimônio Cultural e Ambiental que está em curso para proteger a Serra do Curral”, destaca a proposta para instalação da Comissão.

A reportagem entrou em contato com a Tamisa, questionando a opinião da empresa em relação à instalação da CPI na Assembleia, contudo a mineradora alegou que precisaria de mais tempo para dar uma resposta.

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