Aposentado mata 58 pessoas e deixa mais de 500 feridas em tiroteio em Las Vegas; veja imagens

AFP
02/10/2017 às 10:47.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:50
 (David Becker / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

(David Becker / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Um homem de 64 anos matou pelo menos 58 pessoas que assistiam a um show no domingo (1º) à noite em Las Vegas, cometendo o pior tiroteio da história recente dos Estados Unidos. Por enquanto, o FBI (a Polícia Federal americana) não considera uma ligação com o terrorismo, mas o grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque.

Identificado como Stephen Craig Paddock, o autor do massacre abriu fogo do 32º andar do hotel Mandala Bay, na avenida central Las Vegas Strip, onde acontecia a terceira e última noite de um festival de música country. Ele teria se suicidado antes da chegada da polícia. O presidente americano, Donald Trump, denunciou um ato "de pura maldade".

Discurso sombrio de Trump

"Ontem à noite, um atirador solitário abriu fogo contra uma multidão em um show de música country em Las Vegas, Nevada. Ele assassinou brutalmente mais de 50 pessoas em um ato de pura maldade", declarou o presidente em um pronunciamento à nação.

Trump acrescentou que visitará Las Vegas na quarta-feira (4) para se encontrar com "a polícia, aqueles que deram a primeira resposta e com as famílias das vítimas".

Em um discurso lido no teleprompter - bem diferente de seus espontâneos e impulsivos pronunciamentos e tuítes -, Trump fez um apelo para que se fortaleça "os laços que nos unem, nossa fé, nossas famílias e nossos valores". "Eu sei que estamos procurando algum tipo de significado no caos, algum tipo de luz no escuro. As respostas não são fáceis", completou.

Por meio de seu organismo de propaganda, o grupo Estado Islâmico afirmou que o autor do ataque se converteu ao Islã há alguns meses. "O autor do ataque de Las Vegas é um soldado do Estado Islâmico e realizou uma operação em resposta" aos apelos da organização de atacar país envolvidos na luta contra o EI, indicou a agência Amaq.

Em sua declaração, Trump não citou o nome do acusado, nem fez alusão ao fato de o EI ter assumido o ataque. De acordo com o agente do FBI responsável pelo caso, Aaron Rouse, as investigações não permitiram "determinar qualquer relação com organizações terroristas internacionais".

Segundo números atualizados fornecidos pelo xerife de Las Vegas, Joseph Lombardo, 515 pessoas foram feridas no tiroteio.

Imagens do momento do ataque que circulam pela Internet mostram o pânico entre os 22.000 espectadores, enquanto o cantor Jason Aldean se apresentava no palco. Longas rajadas de tiros são ouvidas, enquanto as pessoas tentam escapar, pulando as barreiras como podem. Outras se deitam no chão, protegendo as partes mais vulneráveis do corpo.

'As pessoas caíam como moscas'

Stephen Paddock vivia em Mesquite, cidade de 18.000 habitantes localizada a cerca de 120 quilômetros de Las Vegas. Inicialmente, o xerife de Las Vegas havia declarado que seus homens tinham "abatido o suspeito", mas as autoridades acreditam que o atirador tenha cometido suicídio. As Unidades de Intervenção Especiais (SWAT) encontraram pelo menos dez fuzis no quarto de hotel.

Ainda se desconhece por completo as motivações de Paddock, e mesmo seus familiares já declararam não saber o que teria acontecido a esse homem em geral reservado e tranquilo.

Em entrevista ao "Las Vegas Review-Jornal", seu irmão Eric Paddock afirmou: "Não temos ideia do que aconteceu. É como se um asteroide tivesse atingido nossa família". Segundo ele, seu irmão não tinha qualquer vínculo político, ou religioso.

Horas após o tiroteio, a polícia emitiu um alerta de "Procura-se" para a companheira do atirador, Marilou Danley. Ela foi localizada no exterior, em um país não informado. "Conversamos com ela e não acreditamos que ela esteja envolvida", declarou o xerife Lombardo.

O hotel e seus arredores foram isolados pela polícia. "Estávamos assistindo ao show, muito bem, quando ouvimos algo que parecia com fogos de artifício", contou Joe Pitz ao jornal "Las Vegas Sin".

"Imagino que fosse uma arma automática, porque, na verdade, pareciam fogos de artifício até que começou a comoção do lado do palco do Mandalay Bay, com pedidos por médicos e Aldean deixando o palco", acrescentou.

Monique Dekerf disse à rede CNN que ouviu "o que parecia vidro quebrando". "Olhamos para os lados para ver o que estava acontecendo e escutamos o pop, pop, pop. Você pensa que acabou por um momento, porque não havia mais tiros e, de repente, começa de novo", completou.

Um homem contou que viu um rapaz ferido no pescoço "e, depois, as pessoas começaram a cair como moscas". O estado de Nevada tem uma das legislações mais permissivas dos Estados Unidos quanto à venda de armas.

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