Árduo ofício

22/06/2017 às 00:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:11

Quero começar a sapatada desta quinta mandando um agradecimento para o colega de profissão Aurélio Vidal, que postou nas redes sociais que pela manhã a primeira coisa que faz juntamente com o café é ler as notícias fresquinhas das páginas de O NORTE, especialmente a nossa “Sapatada”. Obrigado pelo incentivo, Vidal, que atualmente tem feito um trabalho de conscientização dos internautas ao mostrar os problemas urbanos enfrentados pelos moradores, especialmente os da região sul de Montes Claros.
 
Parabéns
Aliás, Isso me fez lembrar que nossa luta diária atrás dos fatos para a notícia não é tão fácil como o leitor possa imaginar. Reportar o fato, da forma como ele realmente é, sem alarde ou invencionismo é um teste diário para a necessidade que temos de manter a razão sempre acima do desejo de destaque, sobressair-se ou de ser sempre o primeiro a publicar a manchete.

Mesmo no mundo esportivo, os desafios são gigantes.

Por exemplo: no início do mês chegou até nós informação preciosa de que o ídolo Lorena estaria de volta ao Montes Claros Vôlei e que o levantador Sandro também era contratação certa no elenco que disputa a temporada 2017/2018.

Ao invés de pura e simplesmente ser o primeiro a publicar a informação, o trabalho de apuração passou por pessoas próximas dos atletas, jogadores de outros clubes e até de um profissional especialista em vôlei na capital.

Somente depois é que tivemos a confiança de soltar a notícia, porém, como diria meu mestre de jornalismo Ricardo Freitas, sempre “duvidando da notícia”.

Mesmo assim, o trabalho da notícia é ímpar. Ainda mais quando percebemos que o produto final foi feito com esmero e pode desta forma contribuir para a verdadeira informação do público.

O problema é que infelizmente nos bastidores da notícia muitas vezes encontramos aquele profissional ávido por conseguir notoriedade entre o público e os colegas numa espécie de “celebrismo” jornalístico.

Como se isso hipotecasse a ele a alcunha de “semideus” fazendo com que cada passo dado devesse quase que por obrigação influenciar a vida do seu público.

A resposta é simplesmente: Não!

Nossa tarefa é puramente informar os fatos, de preferência como eles são. O juízo de valor é de quem lê, assiste ou nos ouve.

Se a gente come certa marca de alimento ou degusta determinado prato exótico, ou se frequenta locais notórios no meio social em que vivemos, ou se participamos de corridas beneficentes, isso não é notícia.

Ou pelo menos não deveria ser.

Para ser sincero, isso é assunto para os colunistas sociais. Essa é a parte do jornalismo que cabe a estes profissionais, não a nós.

Tudo bem que na era digital está na moda publicar quase tudo que fazemos.

Até uma tosse alérgica ganha ares de requinte nas páginas do facebook e do Instagram.

Mas mesmo isso deveria ser feito com ponderação e juízo. Como já diria meus pais e avós:

“Tudo que é demais, sobra”.

O melhor é ter cuidado para, no fim, não sobrar. Fica a dica.

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