As descobertas da Petrobras e o aumento das reservas de petróleo

Na noite da última quinta-feira, após o fechamento dos negócios na Bovespa, a área de Relacionamento com Investidores da Petrobras comunicou ter apresentado à Agência Nacional de Petróleo a declaração de comercialidade de três áreas do pré-sal, localizadas na costa fluminense e na paulista. A maior fica no campo de Franco e tem potencial superior ao do Campo de Libra, licitado recentemente. Com isso, as reservas provadas de petróleo do Brasil aumentaram em mais de 3,64 bilhões de barris.

Dois dias antes do anúncio desse fato relevante, a Bovespa registrou queda de mais de 3% na cotação das ações da Petrobras. Um analista ouvido pela agência de notícias Reuters disse que alguns colegas afirmavam haver risco de a empresa entrar em default – ou seja, dar calote – “nos próximos anos”. No dia 2 deste mês, após a divulgação do reajuste dos preços dos combustíveis, a queda foi ainda maior – mais de 10% – e o banco Credit Suisse rebaixou a nota dos papéis da Petrobras negociados no exterior.

As ações da Petrobras estão entre as mais negociados da Bovespa – e neste ano a cotação das preferenciais perdeu mais de 6% do seu valor –, o que justifica o interesse dos investidores pela performance da estatal. Mas ela não se encontra no foco apenas dos que compram e vendem seus papéis nas bolsas, pois, quando vai bem, a Petrobras pode impulsionar, pelo seu porte, o desenvolvimento do próprio país. E vice-versa. Muito investimento é feito até que se possa confirmar que um novo campo petrolífero descoberto é viável comercialmente. Em seguida, é exigido mais dinheiro, para extrair dele óleo e gás. São aplicações de alto risco e, portanto, sujeitas a especulações, como a dos analistas que falam em calotes e cujas motivações são as mais diversas.

Em seu comunicado, a Petrobras afirma que, na fase exploratória, perfurou oito poços para delimitar e caracterizar os reservatórios da área de Franco. Encontrou um volume de 3,058 bilhões de barris de óleo equivalente de boa qualidade. A área fica no campo de Búzios, localizado a cerca de 200 km da costa fluminense, numa profundidade de 1.600 a 2.100 metros. A empresa vai montar no local cinco sistemas de produção. Dois começam a operar em 2016, dois no ano seguinte e o último em 2019.

Em outro campo, o Sul de Lula, o potencial é menor – 128 milhões de barris de óleo equivalente –, mas o petróleo é também de boa qualidade. Esse campo fica a cerca de 300 km da costa e sua profundidade é de 2.200 metros. O primeiro sistema de produção deve entrar em operação em 2017.

Antes disso, começa a produção do terceiro campo – o de Lapa – a 270 km da costa paulista, com reserva estimada em 459 milhões de barris.

Em 2012, as reservas da Petrobras eram de 15,7 bilhões de barris. Um aumento bem significativo...