Ataque a base no Afeganistão atinge avião do chefe militar dos EUA

AFP
21/08/2012 às 15:36.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:38

  BAGRAM (Afeganistão) - O avião do general Martim Dempsey, chefe do Estado-Maior americano, foi atingido por um foguete na noite de segunda-feira (20) quando estava estacionado na base de Bagram, no Afeganistão, em um ataque que deixou dois soldados americanos feridos, segundo o Exército americano.   O general Dempsey e sua equipe, que dormiam no momento do incidente, não estiveram em perigo em momento algum, asseguraram vários oficiais americanos.   Mas os danos provocados ao avião obrigaram Dempsey a optar por outra aeronave para deixar o país ao meio-dia, depois de dois dias de visita, indicou o coronel Dave Lapan, seu porta-voz.   No total, dois foguetes caíram durante a noite no grande aeroporto de Bagram, a maior base aérea militar do país. Os estilhaços provocados por um desses disparos atingiram a porta do C-17 do general Dempsey, indicou.   Dois soldados americanos encarregados da manutenção das aeronaves em Bagram ficaram levemente feridos no ataque, segundo a mesma fonte.   Os disparos de foguetes contra as bases militares da Otan são frequentes no país, incluindo em Bagram, mas poucas vezes causam vítimas ou danos importantes, segundo a Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf), liderada pelos americanos.   "Não há indício algum de que o ataque tivesse com alvo este avião, em particular", declarou um porta-voz da Isaf, que explicou que nada distinguia o avião do general Dempsey do restante dos C-17 estacionados na pista.   O general Dempsey chegou no domingo ao Afeganistão para debater com autoridades militares americanas, da Otan e afegãs, entre outros temas, a preocupante multiplicação dos ataques de membros das forças afegãs contra seus aliados da aliança atlântica.   Esses tipos de ataques deixaram 40 mortos este ano entre os integrantes da Isaf, que perdeu mais de 300 no total.   Horas depois da visita do general Dempsey, as autoridades afegãs anunciaram a demissão do chefe da polícia do distrito de Spin Boldak, na província de Kandahar (sul), por "negligência" no assassinato de um soldado da Otan por parte de um policial afegão, no domingo.   A punição é a primeira contra um alto funcionário afegão desde que os ataques de policiais e soldados locais contra as forças da Otan se intensificaram.   O presidente americano, Barack Obama, manifestou na segunda-feira a sua "profunda preocupação" com a multiplicação desses ataques, e acrescentou que abordará o tema com o presidente afegão, Hamid Karzai, e que o general Martin Dempsey se reunirá com John Allen, comandante da Isaf, para discutir a questão.   O secretário americano de Defesa, Leon Panetta, disse também que está "muito preocupado" com esses assassinatos "fratricidas", que o Pentágono considerava até agora atos "isolados".   Durante a sua viagem, o general Dempsey afirmou que o aumento dos assassinatos de soldados da Otan por parte de militares e policiais afegãos não afetará o calendário de retirada da Isaf, que deve deixar o país antes do final de 2014.   Mas dentro da Isaf, a insegurança persistente levou a França a acelerar a sua retirada do país, agora fixada para o final de 2012 para as tropas combatentes. Na segunda-feira, a Nova Zelândia anunciou que contempla uma retirada antecipada de suas tropas após a morte de três de seus soldados na província de Bamiyan (centro).

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