Uma série de explosões na capital do Iraque, Bagdá, deixaram pelo menos 32 mortos nesta quarta-feira. Os ataques acontecem no momento em que militantes ligados à Al-Qaeda lutam pelo controle de áreas sunitas no oeste do país.
O ataque mais sangrento do dia aconteceu em frente do prédio do Ministério de Relações Exteriores, quebrando janelas de prédios residenciais próximos. Dois carros-bomba que estavam estacionados foram detonados simultaneamente em diferentes estacionamentos, matando pelo menos 12 pessoas, dentre elas três policiais, e ferindo 22, informou um policial.
Pouco depois, um suicida detonou os explosivos que levava junto ao corpo num restaurante frequentado por oficiais e visitantes que esperam por escoltas de segurança para entrar na zona verde, área murada que abriga o escritório do primeiro-ministro e embaixadas dos Estados Unidos e de outros países. Cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas neste ataque.
Outro carro-bomba estacionado explodiu na praça Khilani, uma movimentada área comercial do centro de Bagdá, matando cinco pessoas e deixando 11 feridas, disse outro policial.
Pouco antes do pôr-do-sol, um triplo ataque com carro-bomba atingiu um mercado a céu aberto no subúrbio majoritariamente xiita de Jisr Diyala, a sudeste da capital, matando nove pessoas e ferindo 24. Minutos mais tarde, um foguete caiu perto do portão oeste da zona verde, matando uma pessoa que passava pelo local e ferindo outras sete.
Ninguém assumiu a autoria dos atentados, mas carros-bomba e ataques suicidas contra prédios do governo, forças de segurança e xiitas são a marca do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, grupo ligado à Al-Qaeda que atua no país.
O porta-voz do Ministério do Interior iraquiano Saad Maan Ibrahim disse que os ataques recentes em Bagdá representam uma "reação inútil dos grupos terroristas em relação às derrotas que têm sofrido nas mãos de forças de segurança na província de Anbar".
Mais de 1.000 pessoas foram mortas em janeiro deste ano, segundo dados do governo, enquanto as forças de segurança lutam para conter os atentados, ao mesmo tempo em que combatem jihadistas e outros militantes que tomaram territórios na província de Anbar, oeste do país.
Com a violência em seu nível mais alto dede 2008, diplomatas têm pedido ao governo iraquiano, liderado por xiitas, que tente se comunicar com os sunitas com o objetivo de reduzir o apoio aos militantes, mas o primeiro-ministro Nuri al-Maliki tem adotado um tom severo antes das eleições parlamentares, que devem acontecer em abril. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.
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