(Bruno Cantini/Atlético)
Seguindo os rumos de outros clubes de futebol, o Atlético trabalha para virar Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ainda neste ano. Mesmo ainda sem um investidor para o projeto, a direção do Galo pretende fazer o registro na Junta Comercial assim que a proposta for aprovada pelo Conselho Deliberativo, que vê com bons olhos a mudança. De acordo com o ge.com, o Atlético já estaria atento ao mercado para buscar um grupo forte e, de preferência, internacional, para investir no clube.
Desde que os quatro R’s (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) passaram a trabalhar junto à diretoria atleticana, eles deixaram claro a ideia de transformar a gestão do clube, para que fique cada vez mais profissional e parecida com uma empresa. Isso já vem acontecendo no Atlético. O objetivo de mudar o clube para SAF é, principalmente, diminuir as dívidas e garantir vantagens nas negociações dos débitos, que hoje ultrapassam R$ 1 bilhão.
Uma das formas de amortizar parte da dívida do clube é a venda do shopping Diamond Mall. Em janeiro de 2020, o Atlético vendeu 50,1% do Diamond para a Multiplan por R$ 250 milhões, cerca de R$ 290 milhões com juros. O dinheiro foi investido na construção da Arena MRV. No início do mês, o Galo vendeu o restante dos 49,9% à mesma empresa, por R$ 340 milhões. Desta vez, o montante servirá para diminuir as dívidas.
“A primeira coisa que nós precisamos deixar claro é que esse dinheiro não é pra pagar empréstimos dos apoiadores (quatro R's), não é para a Arena MRV. Esse dinheiro é 100% para reduzir o endividamento do Atlético”, destacou o CEO do clube, Bruno Muzzi, ao portal Fala Galo. A ideia é abater parte da dívida onerosa (juros), que, hoje, gira em torno de R$ 500 milhões.
Mesmo com a venda do shopping, a dívida do clube seguirá alta, e será preciso buscar outros recursos para aumentar a receita e diminuir os débitos. Com a mudança para SAF, o Atlético poderia renegociar dívidas trabalhistas com desconto, além de vencer parte da Sociedade para um investidor, que chegue com dinheiro para acelerar o processo de recuperação.
De acordo com a lei, o Atlético precisa manter pelo menos 10% da SAF, podendo vender o restante. Os grupos de investidores, no entanto, sempre buscam comprar a maior parte da empresa, ou seja, pelo menos 50,1%, para ter controle das decisões. A outra parte da SAF, a Associação Civil, porém, mantém poder de veto em mudanças das características do clube, como cor do uniforme, hino, escudo e troca de sede.
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