(Riva Moreira/Hoje em Dia)
Cerca de dezenas pessoas se reúnem no início da noite desta terça-feira (30) na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, em apoio ao jornalista Glenn Greenwald e à liberdade de imprensa. O ato acontece simultaneamente em várias cidades do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Um dos dirigentes do Coletivo Alvorada, que organizou a mobilização, o ativista Munish afirmou que o objetivo do ato é mostrar que a população não vai aceitar uma imprensa amordaçada, ameaçada e perseguida. "Queremos que a nossa liberdade de imprensa, de comunicação e de expressão não seja atingida por essas medidas do governo, que mostram que não há respeito às instituições nem a nada que foi conquistado pelo povo", opinou.
Munish mencionou a fala recente do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em que ele afirmou que Greenwald poderia "pegar cana" no Brasil, e o decreto 666, do ministro da Justiça Sérgio Moro, que determina que estrangeiros considerados perigosos podem ser sumariamente deportados. O ato de Moro, para Munish, é uma clara ameaça ao jornalista, que ganhou grande evidência após publicar mensagens supostamente trocadas entre o ex-juiz e promotores e delegados envolvidos na operação Lava-Jato. "Para abafar a Vaza Jato, o governo decidiu perseguir a imprensa, o que já foi feito antes tanto pelo presidente quanto pelo ministro", declarou.
O ativista contou que resolveu convocar o ato após ver um vídeo em que o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), marido do jornalista norte-americano, chama apoiadores para o ato do Rio. "Foi uma convocação de última hora, pelas redes sociais, e estamos satisfeitos com o resultado. Muita gente ainda chegando e muitos apoiadores políticos já passaram por aqui", contou.
Fora de Minas
No Rio de Janeiro, o ato foi convocado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Greenwald conversou com jornalistas no início do ato. O fundador do site The Intercept Brasil condenou as atitudes de Bolsonaro e Moro no sentido de tentar reprimir a divulgação dos diálogos. "A força-tarefa da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro, conseguiram fazer o trabalho todo nas sombras, sem transparência nenhuma, e qualquer humano que pode exercer poder sem transparência vai abusar desse poder, e é por isso que a imprensa livre é tão importante para uma democracia", declarou.