Atos de vandalismo dificultam plano de recuperação do hipercentro da capital mineira

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
31/03/2017 às 21:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:58

O desafio de revitalizar o hipercentro de Belo Horizonte vai ter como dificultador o combate ao vandalismo contra o patrimônio público. A prática, que parece ter se tornado rotina na capital, levou a prefeitura a desembolsar pelo menos R$ 127 mil em reparos de janeiro de 2016 a março de 2017.

No período, segundo informações da PBH, foram furtadas 62 grelhas de ferro fundido, utilizadas para tampar as bocas de lobo da região mais movimentada da cidade. A reposição custou aos cofres públicos municipais nada menos do que R$ 70,7 mil. Já o furto de 76 grelhas utilizadas para cobrir as canaletas nos passeios demandou um gasto de R$ 15,6 mil, dinheiro que poderia ter outro destino, como a implantação de banheiros públicos.

A depredação de 47 bancos de madeira de várias praças gerou um gasto de R$ 19,6 mil para a PBH no mesmo período. Sem contar os custos das regiões vizinhas ao hipercentro. 

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O serviço de limpeza de monumentos pichados também gera custos elevados para o município. O Hoje em Dia mostrou, em fevereiro, que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) gastou, apenas de janeiro a setembro do ano passado, R$ 316 mil com a remoção de pichações em viadutos, túneis e no obelisco da Praça 7, no centro da capital.

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Para o urbanista Sérgio Myssior, é preciso conciliar medidas que levem a população a permanecer por mais tempo no espaço público, a fim de que os crimes contra o patrimônio sejam inibidos. 

“Com uma revitalização efetiva você acaba tendo um uso desses espaços por um período maior durante as 24 horas do dia. Então essa permanência de pessoas, apesar de não impedir, já pode servir para intimidar esses infratores”, analisa.

Myssior ressalta que as medidas, no entanto, precisam vir acompanhadas de ações educativas contínuas. “É necessário que se façam campanhas de educação patrimonial. É preciso mostrar que essas intervenções são para a própria população”, afirma o urbanista.

Policiamento

A Guarda Municipal de Belo Horizonte informou, por nota, que na região Centro-Sul de BH há 983 agentes em atividade. Segundo o órgão, “nem todas as práticas que resultam em danos ao patrimônio público são fruto de ações criminosas, já que há também casos que demandam ação da equipe de fiscalização de posturas de forma geral”. 

  

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