(Mariana Durães)
Uma audiência pública realizada nesta quarta-feira (13), na Câmara Municipal, discutiu uma proposta feita em fevereiro pela Prefeitura de BH, de assumir a gestão da maternidade Sofia Feldman, na região do Barreiro. O objetivo é avaliar, com mais informações, e de forma mais clara, os possíveis impactos da municipalização no atual modelo de parto humanizado.
Por isso, cerca de 10 questionamentos foram levantados durante a reunião. Os requerimentos devem ser encaminhados à Comissão de Saúde e Saneamento para serem votados na próxima quarta-feira (21). Feito isso, o documento será encaminhado para a PBH, que tem até 30 dias para responder às questões.
Entre as principais perguntas, está a destinação e quantidade de recursos municipais que são repassados para o Sofia, assim como para outras maternidades e centros convêniados que atendem a gestantes e recém-nascidos da capital mineira. Os representantes e movimentos ligados ao hospital também querem saber quais foram os impactos da redução de leitos.
Esclarecimento
Segundo o diretor do hospital, Ivo de Oliveira Lopes, desde fevereiro é esperado um esclarecimento da proposta municipal. Ele lembra que, além de ser a maternidade que mais realiza partos em BH, com mil procedimentos por dia, cerca de outros 300 municípios são assistidos pelo Sofia. "Quero deixar claro que nosso compromisso é com as usuárias e recém-nascidos. Por isso, enquanto tivermos fôlego, vamos continuar atendendo, tanto à capital, quanto ao resto de Minas Gerais", disse. Ivo garantiu que todos os leitos estão funcionando, e que os funcionários receberam os salários e suspenderam a greve. O 13º, no entanto, continua atrasado.
Impasse
Há cerca de um mês, representantes do Sofia Feldman pediram ao executivo um documento formal que detalhe os termos da cooperação. Mas, na última terça-feira (6), a prefeitura retirou a proposta. Para o conselho consultivo da maternidade, a gestão deve seguir independente, e a ajuda apenas financeira. Segundo a PBH, a proposta teria sido feita a fim de acabar com a crise financeira por qual o Sofia passa. Por mês, o déficit é de R$ 1,5 milhão.
A reunião teve a presença de representantes da Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara, do Conselho Municipal de Saúde, e de representantes de usuários. Convidado a participar da audiência, o secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, não esteve presente. A justificativa da PBH para o não comparecimento foi o velório do ex-secretário municipal de esporte e lazer, Bebeto de Freitas, que faleceu nesta terça-feira (12).