Aumento de assaltos aos veículos dos Correios

O aumento de assaltos aos veículos dos Correios que transportam encomendas via Sedex não é um problema só da estatal. Esse serviço tem sido usado de forma crescente pela população para fazer compras pela Internet. E pelas empresas, em geral, para expandirem seus negócios. Os Correios estão presentes em todos os municípios brasileiros e, sem eles, muitos estariam isolados do restante do país.

Também os criminosos reconhecem o valor dos Correios e buscam maneiras de subtrair de seus veículos bens transportados. Há muito tempo, o envio de correspondências entre pessoas físicas deixou de ser a principal atividade da empresa, criada originalmente para isso, há quase três séculos.

Na mesma intensidade com que a população ligada à Internet descobre as vantagens de se comunicar por e-mail e de fazer compras virtuais, vem crescendo muito o número de assaltos contra os veículos amarelos identificados pela palavra Sedex. O problema é tão sério, que a estatal não divulga os dados, na esperança de que, ocultando-os, não será despertado ainda mais o interesse dos criminosos para essa modalidade de crime. Esse tipo de estratégia quase nunca dá certo. Se a população não conhece a extensão do problema, ela não vai pressionar para que as autoridades ajudem a resolvê-lo.

É verdade que os Correios adotam também outras estratégias, sem maiores resultados, por enquanto. No ano passado, verificou-se a existência de escolta armada para acompanhar veículos do Sedex em bairros perigosos de São Paulo. E a polícia militar se apressou em dizer que vinha mapeando os casos de assaltos a esses veículos, para deslocar aos locais de maior incidência o policiamento ostensivo.

A empresa afirma, sem revelar números, que tem investido em tecnologias de rastreamento de seus veículos. O objetivo é proteger os funcionários e as encomendas postais feitas pela população. Mesmo assim, em Minas, estaria ocorrendo entre três e cinco assaltos por dia, contra esses veículos.

Uma providência simples, para que eles não chamem tanta atenção dos que só querem roubá-los, é deixar de padronizar sua pintura com cores e letreiros facilmente identificáveis à distância. Fazer como os bancos e administradoras de cartões de crédito, que postam os cartões, nos Correios, em envelopes não identificados.

Se não é uma boa ideia, que se encontrem outras. O que não pode é deixar que os criminosos continuem a prejudicar os que necessitam dos Correios.