O inquérito que apura a morte de Roberto Laudisio Curti em Sydney, na Austrália, exibiu na quarta-feira (10) o vídeo de 39 segundos gravado pela câmera da Taser usada para dar o último disparo contra o estudante brasileiro, já algemado e imobilizado no chão por cinco policiais. As imagens mostram um agente aplicando cinco descargas Taser do tipo "drive stun" (com a arma acionada em contato com o corpo da vítima).
O vídeo também mostra o joelho de um policial apoiado no corpo do estudante, enquanto se ouvem ordens e risadas dos colegas. Por duas vezes, ouve-se o estudante gritando "socorro". A coroner (espécie de juíza de instrução) Mary Jerram disse que, por causa da força das imagens, não vai divulgar o vídeo.
O policial que disparou a Taser, Chin Aun Lim, admite que "vendo o vídeo, parece que ele está algemado e eu não atiraria se soubesse", mas insiste em que não viu as algemas e em sua memória continuava achando que Roberto empurrava os policiais.
Domingos Laudisio, o tio do estudante que acompanha o depoimento na Austrália, chegou a se exaltar no tribunal. No fim da sessão, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que os policiais australianos são "completamente mentirosos".
Drogas
No depoimento do psiquiatra Jonathan Phillips, foi revelado que o estudante também consumiu maconha, tequila, uísque e cerveja na noite em que dividiu um comprimido de LSD com dois amigos.
O depoimento do especialista era muito aguardado porque vários casos de morte envolvendo Tasers são justificados pelo fato de a vítima estar em "excited delirium". Jonathan Phillips descartou essa hipótese, explicando que Curti "estava em um mundo próprio, com medo e queria apenas fugir". "Nada sugere que procurasse violência." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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