No passado, câmbio automático era verdadeiro tabu. Todos morriam de medo de comprar um automóvel sem o pedal de embreagem, alegando dificuldade de assistência técnica, peças importadas, caras e falta de mecânicos especializados. Esse clima “anti-automático” durou até os anos 90, quando se reiniciaram as importações de automóveis. O motorista percebeu, então, ser muito mais agradável dirigir com ele, principalmente no trânsito urbano. Nada de aperta e solta o pedal de embreagem, nada de levar a alavanca de mudanças para cima e para baixo. Bastam freio e acelerador, o que, aliás, é muito mais lógico, pois o homem não tem três, mas apenas dois pés...
Quando começaram a desembarcar os primeiros automóveis importados, todos os modelos mais sofisticados contavam com o câmbio automático. Mesmo os europeus, que reagiram contra ele, passaram a adotá-lo na faixa premium. Já nos EUA, é o contrário: quase não se vende automóvel com câmbio manual, mesmo os modelos menores, compactos e com motores de baixa potência. Além disso, com o câmbio sob o comando da eletrônica, o automático tornou-se mais moderno e confiável.
No Brasil, a situação está se invertendo aos poucos. O câmbio automático deixou de equipar apenas os modelos luxuosos e de alto desempenho e está se tornando opção dos médios e compactos. O grande pulo do gato foi o câmbio automatizado: ao contrário do automático convencional, ele é mais leve, reduz o consumo e custa menos, só um pouco mais que o manual. Por isso, compactos e médios da Fiat (Dualogic), Volkswagen (I-Motion), GM (Easytronic) e Renault (Easy-R) já oferecem o automatizado como opcional por um razoável valor adicional. Pode não ser tão confortável como o tradicional (pois dá uns tranquinhos na passagem da marcha) mas dispensa - do mesmo jeito - o pedal da embreagem e a alavanca de mudanças.
O Ônix, carro mais vendido no Brasil, tem 15% de participação do câmbio automático. Em sua versão sedã (Prisma) ele comparece com 26%. E, acredite se quiser, mais de 50% do sedã Hyundai HB20 sai de fábrica com o automático convencional.