(Polizia di Stato/Twtter/Divulgação)
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, e os ministros do Interior, Matteo Salvini, e da Justiça, Alfonso Bonafede, concederam nesta segunda-feira (14) entrevista coletiva, no Palazzo Chigi, para analisar a captura e prisão de Cesare Battisti. Conte agradeceu o apoio do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. E Salvini telefonou para o brasileiro para transmitir os agradecimentos e prometendo fortalecer “os laços” com o Brasil.
O primeiro-ministro disse que o esforço para capturar Battisti e fazê-lo cumprir a pena na Itália é resultado de uma “longa negociação com o presidente Bolsonaro” para dar uma resposta às famílias das quatro vítimas dele. “Estamos falando de quatro assassinatos e de um terrorista”, ressaltou.
Conte disse que Battisti cumprirá pena de prisão perpétua na Itália. O Ministério da Justiça informou que ele será levado para o presídio de Oristano, na Sardenha. Inicialmente, Battisti ficaria na prisão de Rebibbia, em Roma, numa cela sozinho, em área de segurança reservada a terroristas e em regime de isolamento por um período de seis meses.
Battistia foi condenado pela Justiça italiana pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo. “É um tempo de espera de 37 anos”, resumiu Salvini, que chamou Battisti de “terrorista” e “comunista”.
O ministro do Interior telefonou para Bolsonaro para agradecer a “colaboração internacional” e postou uma foto dele ao lado do brasileiro na sua conta pessoal do Twitter. “Fiz um telefonema para o presidente @jairbolsonaro. Reiterei meus agradecimentos por nos permitir fechar a questão #Battisti e estamos comprometidos em nos reunir em breve para fortalecer os laços entre nossos povos e nossos governos, bem como nossa amizade pessoal”, acrescentou Salvini.
Chegada
Battisti chegou nesta segunda-feira (14) ao Aeroporto Ciampino, na capital italiana. Vestindo calça jeans e uma jaqueta marrom, ele desceu do avião sem algemas e foi recebido por agentes do grupo operacional móvel da polícia penitenciária.
O italiano foi capturado no último sábado (12) nas ruas de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, por agentes bolivianos em parceria com italianos. Segundo um vídeo feito no momento da prisão, ele usava barba, óculos de sol, jeans e camiseta azul. Não mostrou resistência, não apresentou documentos e respondeu a algumas perguntas em português.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.
Battisti se diz inocente e que foi vítima de perseguição política. Para as autoridades brasileiras e italianas, ele é considerado terrorista.
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