Funcionárias denunciam assédio na UFJF (Divulgação / Universidade Federal de Juiz de Fora)
A Polícia Civil investiga denúncias de abusos sexuais feitas por oito mulheres que trabalham como auxiliares de limpeza na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os assédios, segundo as vítimas, incluem “atos libidinosos” e até “contato físico”. Em um dos episódios, um homem teria, inclusive, exibido seu órgão sexual.
As queixas foram apresentadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Anseio, Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora e Região (Sinteac-JF). As mulheres procuraram a entidade após se sentirem “sem voz”, conforme um representante do sindicato, que preferiu não ser identificado.
Segundo o Siteac, as mulheres foram encaminhadas para consultas com psicológos e orientadas a procurar a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. A Polícia Civil disse que faz levantamentos para conseguir mais informações sobre os casos de abuso.
Em nota, nesta terça-feira (19), a Universidade Federal de Juiz de Fora afirmou ter “tomado conhecimento da denúncia por meio da ouvidoria especializada da universidade" em 23 de maio. E que, em seguida, orientou as vítimas a procurarem as autoridades.
A administração da instituição federal de ensino informou ainda, em 7 de junho, abriu um processo administrativo contra os funcionários citados. E, em 15 de junho, os servidores denunciados foram afastados dos cargos. "Repudiamos tal situação e todo o acolhimento e atendimento às trabalhadoras têm sido dado”, destacou.
Leia a íntegra da nota da UFJF
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) lamenta profundamente a ocorrência de casos de violência contra mulheres e está atuando desde maio, quando teve registro do primeiro caso, para acolher e orientar as vítimas e tomar as providências necessárias frente à gravidade das denúncias apresentadas. A UFJF tomou conhecimento da primeira denúncia no dia 23 de maio deste ano, por meio da Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas e, a partir desta data, orientou as vítimas para que registrassem boletim de ocorrência junto à Polícia Civil, visto a natureza das denúncias, e também para que buscassem serviços de saúde para atendimento e acompanhamento.
No dia 7 de junho, por meio da Diretoria de Integridade e Controle Institucional da UFJF, foi instaurado o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) referente ao caso. Consequentemente, foi formada uma comissão específica para apurá-lo. Todos os procedimentos disciplinares são cadastrados no sistema CGU-PAD, da Controladoria-Geral da União.
Respaldada pelo Estatuto do Servidor Público Federal, a UFJF realizou há mais de um mês, no dia 15 de junho, o afastamento dos servidores denunciados do exercício de seus cargos. Neste meio tempo, a Ouvidoria Especializada da UFJF seguiu com o acolhimento às mulheres – ao todo, oito se apresentaram oficialmente.
Quando todos os procedimentos acima descritos foram realizados, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Juiz de Fora e Região - MG (Sinteac-JF) estabeleceu contato com a Reitoria da UFJF. Prontamente, foi agendada uma primeira reunião oficial para esta quarta-feira, dia 20.
A UFJF reforça seu papel fundamental no enfrentamento às múltiplas formas de violência contra as mulheres, combatendo veementemente qualquer agressão e coibindo e punindo todas as formas de violência de gênero em nossos espaços. Por meio de educação e sensibilização da comunidade acadêmica, criação de espaços de escuta, acolhimento e encaminhamentos, buscamos a construção de um ambiente seguro e democrático que não tolera violências e abusos sexuais e de gênero.