Avanços e desafios do mundo globalizado

15/07/2015 às 11:25.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:55

Por Benjamin Salles Duarte

De janeiro a junho de 2015, o agronegócio brasileiro acumulou um superávit de US$ 36,2 bilhões, uma âncora poderosa no tempestuoso mar da economia brasileira. É a força do campo nas artes de plantar e criar, abastecer e exportar. A adoção de centenas de inovações tecnológicas pelos empreendedores rurais, familiares, médios e grandes empresários, bem como estímulos de mercados, explica esse desempenho que se configura histórico na economia brasileira e cujas vocações agropecuárias e florestais são também verdadeiros passaportes verdes para o futuro. Uma construção coletiva, recorrente e exigente, se houver ainda a sustentabilidade dos recursos naturais.

Os avanços havidos, e por haver, do agronegócio brasileiro, que passa por Minas Gerais, dependem não apenas das políticas públicas, mas, por acréscimo, da qualidade e oportunidade das informações que chegam aos empreendedores rurais ao longo das fases próprias das culturas e criações, pois há tempo para plantar, tratar, colher, criar e vender. São ciclos definidos pela natureza e com a interveniência da inteligência humana, por meio dos ganhos da ciência e da tecnologia, compartilhados, e de olho nos mercados.

Não há como subestimar, com um mínimo de lógica e razoabilidade, os papéis da agricultura nos eixos econômico, social e ambiental, convergentes. Lembre-se minimamente que as grandes áreas coletoras de chuvas estão nas paisagens rurais nos contextos das bacias hidrográficas e dentro também da porteira da fazenda. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, ainda vigente, os 551.617 estabelecimentos rurais mineiros ocupam uma área bruta de 32,6 milhões de hectares, onde as boas práticas adotadas são vitais igualmente à produção e reservação de água para múltiplos usos no campo e nas cidades. Uma tarefa hercúlea e multidisciplinar ao reunir um elenco de atores públicos e privados num cenário geográfico substantivo. A relação do homem com a natureza é umbilical há milhares de anos, pois é uma questão de viver e sobreviver.

Segundo os cientistas e estudiosos, têm-se pela frente mais um desafio globalizado: as mudanças climáticas, tese ainda polêmica e cujos sinais, entretanto, são visíveis no planeta Terra e que se prenunciam interferir na qualidade de vida e no desempenho das economias dos países ricos, pobres e remediados. Haja dinheiro para recuperar o que já foi estragado e juízo suficiente, determinação, decisão política e recursos para minimizar os impactos ambientais advindos da pressão exercida pelos atuais 7,1 bilhões de habitantes/consumidores, com previsão de até 9,2 bilhões em 2050. Poucos discursos e a adoção recorrente de boas práticas, que exige muito investimento, pesquisas, assistência técnica, extensão rural, como forças motrizes das mudanças e sejam elas quais forem nos cenários rurais e urbanos.

A relação do homem com a natureza é umbilical há milhares de anos, pois é uma questão de viver e sobreviver
 

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