Azeites fraudados

14/10/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:57

Como entusiasta e apaixonada pelos azeites de oliva que sou, ao receber essa semana o atual resultado do teste de azeites, feito pela Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, percebo que avançamos na fiscalização para a não comercialização de azeites fraudados e irregulares nos supermercados. Nesse teste foram incluídas marcas brasileiras – que se saíram super bem nos resultados –, iniciativa que mostra que os Órgãos Fiscalizadores estão atentos e considerando a produção nacional (cresceu 42% em 2018). 

É fácil para o consumidor diante de uma gôndola ter os olhos brilhando aos atrativos fakes de rótulos de produtos que não condizem com o que está dentro da garrafa –somado a preços acessíveis. 

Informação é a nossa maior arma e por isso compartilho com vocês os resultados desse teste que tem mais informações disponíveis no site: www.proteste.org.br.

“(...) os tipos de fraudes em geral incluem adição ao azeite de outros óleos vegetais e/ou animais, óleos vegetais parcialmente hidrogenados, óleos vegetais submetidos à remoção de esteróis (desterolizados) e óleos reesterificados. A complexidade que envolve a composição dos diferentes tipos de azeite de oliva, bem como as consequências dos processos de refinação, hidrogenação e reesterificação torna a detecção da adulteração, muitas vezes, um problema de difícil solução. Por isso, vários índices são recomendados para a verificação da pureza do azeite de oliva. Dentre os produtos avaliados, 6 marcas de azeite de oliva (ditas) extravirgem foram consideradas desclassificadas, por apresentarem indícios da adição de outros óleos vegetais: BORGEL, FAISÃOREAL, OLIVENZA, PORTO VALÊNCIA, CASALBERTO, BARCELONA e DO CHEFE.

Quanto à análise sensorial, não foram observadas divergências na mediana do frutado. Já em relação à mediana do defeito, as marcas a seguir apresentaram valores para Md>0: BORGEL, FAISÃO REAL, OLIVENZA, PORTO VALÊNCIA, CASALBERTO,CASA MEDEIROS e DO CHEFE, classificados como lampante, e BARCELONA, LAPASTINA, OBRA PRIMA, PAESANO, GREAT VALUE, VILA FLOR, BOM DIA, PREZUNIC,ESTORIL e CAMPONÊS classificados como virgem pelo painel sensorial.

Vale lembrar que segundo Instrução Normativa do MAPA, o produto considerado azeite de oliva virgem do tipo lampante “não pode ser destinado diretamente à alimentação humana, porém poderá ser refinado para enquadramento no grupo azeite de oliva ou no grupo azeite de oliva refinado, ou, ainda, destinado a outros fins que não seja para alimentação humana.

A adulteração de um produto a ponto de torna-lo apenas uma mistura de óleos ao invés de azeite, ou de colocar no mercado de consumo um azeite lampante, destinado somente a uso industrial, torna o produto impróprio para o consumo.

Os azeites que contêm as irregularidades acima devem sofrer os processos fiscalizatórios e punitivos a fim de que o consumidor não seja mais enganado. Além disso, os que são vendidos como extravirgem sem o serem representam fraude econômica, prejudicando o consumidor que paga mais caro acreditando na qualidade superior do produto (...)“

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