(Wesley Gonçalves/HUCF)
A baixa cobertura vacinal pode trazer de volta doenças que já foram erradicadas no país. De acordo com o Instituto Butantan, o risco é explicado porque três em cada dez crianças brasileiras não foram imunizadas contra doenças potencialmente fatais.
O alerta emitido em abril deste ano pelo Fundo das Nacionais Unidas para a Infância (Unicef) é resultado de uma pesquisa do IBOPE Inteligência de agosto de 2020. De acordo com a organização, afirma o Instituto, desde 2015 há uma queda da cobertura vacinal entre menores de 5 anos.
Com a pandemia do novo coronavírus a situação se agravou. Em 2019, a imunização contra sarampo, caxumba e rubéola era de 93,1%. Já em 2021, os números caíram para 71,5%. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma abrangência mínima de 95%.
Conheça quatro consequências graves da baixa imunização infantil:
1 - Retorno de doenças erradicadas
Poliomielite, rubéola e difteria são algumas das doenças que podem ressurgir devido à baixa cobertura vacinal, exemplifica o Butantan, de acordo com informações da Agência Brasil.
Em 2016, o país conquistou o certificado de eliminação do vírus do sarampo. Mas, dois anos depois, com mais de 10 mil casos confirmados, o país perdeu a certificação.
2 - Crianças mais expostas a doenças
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza 18 vacinas, que previnem doenças que podem causar problemas sérios e levar à morte de crianças e adolescentes. É o caso, por exemplo, da poliomielite, erradicada do país em 1994. Causada por um vírus do intestino, pode deixar sequelas permanentes, como paralisia, insuficiência respiratória.
3 - Mais vetores de transmissão e novas variantes
De acordo com o instituto paulista, as crianças são como “reservatórios” para a evolução de novas variantes do vírus da Covid, que podem ser mais contagiosas.
4 - Aumentos de outras doenças
É o caso do papilomavírus humano (HPV), causador do câncer de colo do útero. Segundo a organização, apenas 13% das meninas de todo o mundo estão protegidas contra a condição – a vacina está disponível no PNI para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.