Baixa demanda derruba setor têxtil

Bruno Porto/Hoje em Dia
09/09/2014 às 08:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:07
 (Carlos Rhienck/)

(Carlos Rhienck/)

O ritmo menos acelerado da economia nacional evidenciou no setor têxtil problemas já apontados anteriormente como preocupantes. A soma de uma alta taxa de penetração de produtos estrangeiros atrelada a uma taxa de câmbio que inibe a exportação pela indústria brasileira atingiu o segmento com mais força em 2014, dada a menor demanda no varejo, resultado de um Produto Interno Bruto (PIB) enfraquecido.

No ano, até junho, a produção industrial das confecções e tecelagens em Minas Gerais caiu 8,5% sobre igual intervalo de 2013, indica levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que nos sete primeiros meses do ano o saldo do emprego no setor é negativo em 683 postos de trabalho e em 10,9 mil vagas no acumulado dos últimos 12 meses.

O setor trabalha com duas listas de prioridades. Uma delas, de ações pontuais, com vistas a tornar o ambiente interno menos atrativo ao produto estrangeiro. Neste caso, levar o câmbio para um patamar próximo a R$ 2,80 encabeça as necessidades do segmento.

A outra, de medidas estruturais, mira o cipoal tributário. “Essa é a prioridade máxima: um regime tributário especial para o setor, uma vez que o Simples é bom para formalizar (as empresas), mas não é bom para crescer”, diz o diretor da Abit, Fernando Pimentel.

Barrar importados

O presidente da Câmara da Indústria de Vestuário e Acessórios da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, avalia que fechar as portas para o importado e retomar as exportações é o caminho.

“As exportações estão estabilizadas em um patamar mínimo. As importações, que crescem ano a ano, agora têm as sequelas para a economia mais explícitas porque o país cresce menos e o mercado reduziu de tamanho”, observa.

Cenário em Minas será debatido durante seminário em Divinópolis

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) estima uma retração na produção industrial este ano de 4% para o Brasil e de até 5% para Minas Gerais, o terceiro maior parque têxtil do país.

Caso se confirme a previsão de queda nacional, esse será o quarto ano seguido de redução.

No Estado, o setor têxtil e de confecção conta com 4.224 empresas e 188 mil trabalhadores diretos.

Para atualizar os empresários mineiros sobre o panorama do setor, a Abit, por meio do Texbrasil (Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Associação em parceria com a Apex-Brasil), realizará, na quinta-feira, o seminário “Circuito Abit Texbrasil Competitividade e Internacionalização”.

O evento será realizado em Divinópolis, na regional da Fiemg. Os temas abordados serão as perspectivas do segmento, agenda de prioridades e de competitividade do setor e de relações do trabalho da indústria.

Perda de espaço no mercado

Desde 2009, as exportações da indústria têxtil brasileira se estabilizaram entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,4 bilhão.

Neste mesmo intervalo, as importações saltaram de US$ 1,99 bilhão para US$ 6,76 bilhões.

A China responde por 52% de todas as compras externas, que envolvem, no total, 133 países.







 

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