Banana: ouro do Norte de Minas

Jornal O Norte
24/09/2008 às 10:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:44

Da Agência Minas

Uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo o Brasil seu segundo maior produtor, a banana é fonte de renda para milhares de agricultores familiares em Minas Gerais. Consciente da importância do produto para o Estado, a Emater trabalha junto aos produtores para garantir o adequado manejo da fruta e o aumento de sua produtividade. Em 2008, a empresa já atendeu 5.203 produtores, incluindo, além dos agricultores familiares, médios e grandes produtores, organizações, jovens rurais e público urbano.

Segundo o coordenador-técnico estadual de fruticultura da Emater, Deny Sanábio, a bananicultura oferece diversas vantagens ao agricultor: gera renda o ano inteiro, tem fácil adaptação aos diferentes climas e boa produtividade.

A assistência da Emater aos produtores de banana consiste em orientações técnicas sobre as melhores formas de controle de pragas, manejo da lavoura, da colheita e pós-colheita, classificação, embalagem e reaproveitamento dos descartes. Na região Norte de Minas, terceira maior produtora de banana do país, predomina o sistema de bananicultura irrigada, devido à má distribuição de chuvas. Por essa razão, os extensionistas elaboram os projetos de irrigação, nos quais são fundamentais os cálculos de dimensionamento, volume de água e energia que serão gastas, quantidade de aspersores usados, entre outros fatores que garantem a eficiência do sistema.

REGIÃO

A produção no Norte ocupa 10,4 mil hectares e em 2007 arrecadou cerca de 100 milhões com a comercialização, predominantemente interna. A segunda região que mais produz no Estado é a Sul, com 7,6 mil hectares ocupados por bananeiras, onde destacam-se os municípios de Pouso Alegre, Itajubá, Maria da Fé, Brasópolis e Pedralva. Dentro do Projeto Jaíba, área de produção mais expressiva no Norte, existem hoje 114 agricultores atendidos pela Emater no cultivo das diferentes espécies da fruta, como nanica, pacovan e maçã, mas é a banana prata o tipo mais produzido, não só em Jaíba mas em todo o Estado de Minas Gerais.

CRIATIVIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A cultura da banana envolve uma questão importante para o meio ambiente: o destino de seus descartes. Após o corte dos cachos da fruta, são geradas toneladas de pseudo-caules, na maioria das vezes desperdiçados. Um destino encontrado para esse material está no artesanato. A Emater promove cursos de capacitação no meio rural que ensinam a tecnologia no uso das fibras do pseudo-caule para a produção de diversos objetos.

De acordo com a coordenadora técnica estadual de artesanato rural da Emater, Cléa Venina Ruas Mendes Guimarães, a preocupação é profissionalizar homens e mulheres do campo e buscar que eles retratem, através da arte, a cultura de cada região. Mais do que repassar um conhecimento técnico, a Emater trabalha para que o artesanato produzido traga um valor agregado, expresso através do talento e criatividade de um povo, resgatando valores perdidos e preservando a história e identidade de uma região, acrescenta.

Entre os objetos produzidos com a fibra da bananeira estão utilitários domésticos, peças de decoração e adornos. O incentivo à produção artesanal é mais intenso em Jaíba, onde existem cerca de 20 associações que trabalham com a confecção de diferentes objetos, geralmente vendidos em feiras e exposições. Além de ser uma alternativa de ocupação e renda para os familiares dos agricultores, o artesanato estimula a cultura da cooperação, o fortalecimento de associações e cooperativas e é uma forma de atrair o turismo para a região.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por