Os bancos russos elevaram as taxas de câmbio do dólar e do euro a patamares recordes neste domingo, após o Kremlin ameaçar enviar tropas para a Ucrânia.
"Nós não temos moeda estrangeira, o resto que tínhamos foi levado cinco minutos atrás. Agora nós apenas estamos comprando moeda estrangeira, mas não vendemos", disse um operador em uma casa de câmbio em Moscou.
O Sberbank mudou sua taxa de câmbio para o dólar para 38,50 rublos neste domingo, patamar que excede em muito a taxa histórica de 36,73 rublos, registrada em março de 2009, no final da crise observada com a desvalorização do rublo. No pregão da última sexta-feira, o dólar fechou cotado a 35,89 rublos na bolsa de Moscou, acumulando queda de mais de 8% neste ano até agora.
Muitos outros brancos também elevaram suas taxas de câmbio neste domingo. Sovinkombank estava oferecendo o dólar a 40 rublos, a taxa do Creditbank estava em 39,5 rublos por dólar, enquanto o Obrazovanie estava disposto a vender a moeda norte-americana a 39,05 rublos.
No sábado (01), o parlamento russo aprovou por unanimidade o envio de tropas para a Ucrânia, desafiando alertas de líderes ocidentais para não intervir no país vizinho. O Kremlin disse que ainda não decidiu se vai movimentar as tropas, embora milhares de militares russos já estejam na região da Crimeia, no Sul da Ucrânia, onde a Rússia tem uma base naval.
"Uma reação inicial negativa é inevitável no rublo, no mercado de dívida interna e nas ações quando a bolsa de Moscou abrir nesta segunda-feira", disse Chris Weafer, sócio da Macro-Advisory Ltd.
O euro também alcançou recorde de alta, com os bancos russos ofertando a moeda europeia por 52 a 55 rublos, acima do nível de 49,58 rublos por euro registrados no fechamento do mercado na sexta-feira.
Ao contrário de outros bancos centrais de mercados emergentes, que aumentaram as taxas de juros para sustentar suas moedas no início deste ano, o Banco da Rússia disse no mês passado que iria considerar o aumento das taxas somente se considerasse que o enfraquecimento do rublo poderia estimular a inflação.
Fonte: Dow Jones Newswires
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