MÚSICA

Barão Vermelho completa 40 anos com lançamento de quatro álbuns comemorativos

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
20/08/2022 às 06:46.
Atualizado em 20/08/2022 às 13:19
Grupo hoje composto por Rodrigo Suricato (guitarra, violão e voz), Fernando Magalhães (guitarra e violão), Guto (bateria) e Maurício (teclados e vocais) (Marcos Hermes/Divulgação)

Grupo hoje composto por Rodrigo Suricato (guitarra, violão e voz), Fernando Magalhães (guitarra e violão), Guto (bateria) e Maurício (teclados e vocais) (Marcos Hermes/Divulgação)

Num show do Barão Vermelho, avisa o tecladista Maurício Barros, pode ter certeza que “o pessoal está dando o sangue ali no palco, curtindo o que está fazendo”. E não estamos falando de uma banda que acabou de começar. Um dos grupos emblemáticos do movimento BRock dos anos 80, o Barão chega a quatro décadas bem “inteiro”, mesmo após perder as vozes icônicas de Cazuza, em 1985, e de Roberto Frejat, em 2017.

“Sem Frejat, aconteceu de, novamente, termos que provar que a banda existe independentemente do seu cantor. Assim como Cazuza, ele foi uma figura marcante na história do Barão, compositor da maior quantidade de sucessos. Mas o público já assimilou completamente a nova formação e estamos começando a colher os frutos desse trabalho”, assinala Barros, que, ao lado do baterista Guto Goffi, nunca deixou de estar ligado à banda.

Com Roberto Suricato nos vocais, o grupo está aproveitando a efeméride para passar a limpo os seus sucessos, dentro do projeto “Barão 40”. Com arranjos mais atuais, as músicas foram espalhadas por quatro álbuns temáticos – o primeiro, acústico, foi lançado no último sábado. Na sequência, virão “Clássicos”, “Blues & Baladas” e “Sucessos”. O quarteto também deu o pontapé, há poucos dias, numa nova turnê, intitulada também de “Barão 40”.

“Estamos com uma programação cheia de lançamentos para brindar nosso aniversário, mas quem ganha o presente são os nossos fãs”, registra Barros, que também cita uma série feita para o Canal Bis, já em exibição. Não é nenhuma inédita, mas os integrantes estão curtindo a nova roupagem. Até mesmo Frejat apareceu para participar dessa festa, gravando “Pro Dia Nascer Feliz” para o EP de “Sucessos”.

“Ele não tocava com a gente desde 2017 e foi impressionante tê-lo junto outra vez nessa gravação. Eu falo com ele com frequência. Temos grupo de WhatsApp e conversamos por telefone. Mas encontrar profissionalmente para tocar uma música da nossa história foi algo que realmente emocionou a todos nós”, vibra o tecladista, que, em 1981, foi o anfitrião do primeiro ensaio do Barão, ocorrido na sala da casa do pai dele, em Rio Comprido.

Curiosamente, o grupo, desde o início, “adulterou” a idade, marcando o início da contagem de aniversário em 1982, quando lançou o primeiro disco. “Eu e o Guto éramos garotos, colegas de colégio. Fomos a um show do Queen e, quando voltamos, tivemos a certeza de que montaríamos uma banda de rock. Já participávamos de algumas bandas instrumentais, mas queríamos uma com cantor”, lembra.

Foi aí que surgiu Cazuza nessa história. Léo Guanabara (futuramente Léo Jaime) participou de um teste, mas achou tudo barulhento, preferindo continuar com o João Penca e Seus Miquinhos Amestrados. “Foi ele quem sugeriu o Cazuza. Três semanas depois já tínhamos uma banda e, com o Cazuza, ganhamos uma certa identidade. Ele abriu muitas portas para o Barão”, lembra Barros.

O tecladista recorda que o Barão tem uma história muito peculiar, sofrendo dois grandes solavancos e, após certa instabilidade, equilibrando-se novamente. Uma das razões para isso é que, artisticamente, apesar do peso de seus vocalistas, todos participam das escolhas e composições. A primeira canção com a assinatura de Cazuza, por exemplo, “Billy Negão”, foi uma versão criada a partir do que Barros e Goffi tinham escrito.

“Eu tinha feito a música, que se chamava ‘Billy the Kid’. O Cazuza a ouviu nos primeiros ensaios e achou meio juvenil demais, até porque tínhamos 16, 17 anos na época. Ele era o mais velho, com 22 anos. Aí você vê que a gente compôs ao longo desses 40 anos todos”, sublinha Barros. As ideias, garante, continuam brotando. “Virão mais coisas, mas, por enquanto, é Barão 40, que já tem muita música para a galera curtir”.

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