(Lucas Prates)
Durante a Copa do Mundo, a forma encontrada por donos de bares e restaurantes localizados nos arredores do Mineirão para compensar o menor fluxo de torcedores em relação aos confrontos envendo Cruzeiro e Atlético é majorar os preços. O volume de vendas nesses estabelecimentos cai porque, diferentemente dos campeonatos locais, na Copa do Mundo bebidas alcoólicas são vendidas também dentro dos estádios.
No Bar do Peixe, o latão da cerveja, normalmente comercializado por R$ 5, sai por R$ 8. O valor, no entanto, fica abaixo dos R$ 10 praticado dentro do Mineirão, mas acima dos R$ 5cobrados por ambulantes credenciados pela Fifa e localizados ao redor do estádio. O grande atrativo do bar é a comida. Uma porção bem servida do tradicional tropeiro, que caiu no gosto inclusive da torcida estrangeira, sai por R$ 15.
Torcedores fazem fila o Bar do Peixe, tradicional ponto de encontro no Mineirão (Foto: Wallace Graciano/Hoje em Dia) “Achei que as vendas durante a Copa seriam excelentes, mas estão apenas boas, abaixo dos clássicos entre Atlético e Cruzeiro e também do jogo do Galo na final da Libertadores”, avalia o proprietário do Bar do Peixe, Ely Leal, que recebeu no bar torcedores brasileiros e de vários países. “Os que mais interagiram com a gente foram os colombianos. Eles são festeiros, assim como nós, brasileiros.” O Bar do Carioca é outro ponto tradicional nas imediações do Mineirão. Para engrossar o faturamento, o proprietário do estabelecimento, Walter Freitas Mendonça, também resolveu aumentar os preços. O latão passou de R$ 5 para R$7, a água de R$ 3 para R$ 4 e o almoço de R$ 15 para R$ 17. “Em jogos que envolvem Atlético e Cruzeiro, o faturamento do bar é maior, sem comparação. Na Copa, o movimento cai um pouco, mas está bom”, observa. Simplesmente aumentar os preços, segundo Mendonça, não é uma boa tática nesse período de Mundial. “Recebi muitos estrangeiros aqui. Os de países mais próximos, como Argentina e Chile, estão por dentro do que acontece na economia brasileira e sabem quando está caro demais. Em alguns casos, dependendo do volume adquirido, negociei preços um pouco menores, inclusive com os estrangeiros”, diz o dono do bar, que ficou impressionado com a desenvoltura do público de fora do país. “Achava que o europeu era um povo frio, mas não é bem assim. Pelo contrário, os jovens gostam de farra e são comunicativos. O mundo está mudado”, comenta Mendonça. “Passou um grupo de alemães aqui na rua e eles nos deram bom dia e até tchau em português”, diz o comerciante, bem humorado.