O clássico mineiro entre Cruzeiro e Atlético para este sábado (1º) não terá grandes efeitos na tabela de classificação do Estadual. Entretanto, está apimentado com discordâncias dos rivais na organização da partida. A Raposa, citando reciprocidade com o que acontece no Independência, informou que não aceitará a entrada de bandeiras e instrumentos musicais na torcida do Atlético.
Tal atitude gerou contestação por parte da diretoria alvinegra que, na manhã desta quinta-feira, acionou a FMF para que a federação cumpra o que determina, principalmente, normas do Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei nº 10.671/2003). O regulamento, no Art. 13-A, determina que não a única restrição quanto ao uso de bandeiras com mastros é para outros fins que não o da manifestação festiva e amigável.
A torcida do Atlético, no clássico de 2016 no Mineirão pelo Campeonato Brasileiro, ocupando apenas 10% da capacidade do estádio, pôde utilizar normalmente os instrumentos para a festa nas arquibancadas. A diretoria do Cruzeiro, por sua vez, determinou o veto na reunião desta semana na FMF como "lei de reciprocidade", conforme argumentou o vice de futebol Bruno Vicintin. No Independência, o setor de visitante fica no anel superior, onde, por medidas de segurança, não se pode levar bandeiras e instrumentos, até mesmo na torcida mandante.
"Essas picuinhas não ganham jogo, mas o Cruzeiro tem direito a usar o princípio da reciprocidade, até em respeito à nossa torcida.A torcida do Cruzeiro sofre muito no Independência, um estádio que a própria Polícia Militar já disse que não tem condições de receber jogos grandes. Essas coisas no clássico de proibição de mascote, bandeira e instrumentos foram criadas pelo nosso rival. Então estamos fazendo reciprocidade", afirmou Vicintin.Washington Alves/Cruzeiro / N/A
Cruzeiro usa como argumento do veto o que aconteceu com a torcida celeste no último clássico do Independência, pelo 1º tuno do Brasileirão 2016. Torcedores não puderam entrar com bandeiras e instrumentos
EXPLICAÇÃO ALVINEGRA
Lásaro Cândido, diretor jurídico do Atlético, explanou os motivos que levam o clube a brigar para que a torcida alvinegra não tenho restrições quando for ao Mineirão neste sábado. O advogado do Galo até se referiu à fala de Vicintin, ao citar "picuinhas", afirmando que o argumento apresentado pelo Cruzeiro não se sustenta.
"Se não há restrição de segurança, o clube não pode fazer isso (vetar bandeiras e instrumentos)Se o estádio tem capacidade de acolher torcida com instrumentos musicais, o veto é uma ilegalidade bizarra. Só quis saber qual era o fundamento para impedir a torcida de entrar com bandeiras e instrumentos musicais. Eles falaram e tal argumento não se sustenta. Vetar por que exatamente? Não se pode passar por cima do Estatuto e até mesmo dos regulamentos geral (CBF) e específico (Campeonato Mineiro. Picuinha de quê? Exercer direitos básicos e elementares é picuinha? Como?", disse Lásaro Cândido, diretor jurídico do Atlético.