Bazar criado para ajudar em tratamento de criança com doença rara é destruído por enchente

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
16/01/2020 às 11:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:19
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

“Além do carro, a chuva arrastou também o tratamento do meu filho de 3 anos, que luta contra um tumor raro”. O desabafo é do aposentado Marcelo Dutra Gomes, de 43 anos. Morador do bairro Vale do Jatobá, na região do Barreiro, ele foi uma das vítimas do temporal que atingiu a capital na noite de quarta-feira (15). 

A força da água foi tão forte que o bazar beneficente montado para ajudar no tratamento do pequeno Miguel, que ele cria sozinho junto com outros três filhos, foi totalmente alagando. “Perdi tudo que consegui arrecadar. Meu carro que uso para levá-lo ao médico também deu perda total. Estou desesperado, sem saber o que fazer”, lamentou. 

Veja o relato de Marcelo:

Miguel tem 3 anos e 7 meses e luta contra um linfangioma, um tumor na área do pescoço. Conforme o pai do menino, o tratamento custa R$ 60 a cada três meses. "Não tenho de onde tirar esse dinheiro. Por isso monto o bazar. Mas, agora, nem sei por onde começar", declarou.

Marcelo estima que tenha perdido cerca de 80% de todos os produtos que arrecadou. "Com relação ao meu carro, também não sei o que fazer. Ele foi arrastado por cerca de sete metros. Estou arrasado" revelou. Quem quiser saber mais sobre a história do Miguel pode clicar aqui.

Destruição

Um dia após a tempestade que assustou os belo-horizontinos, os moradores da avenida Agenor Nonato de Souza contabilizam os prejuízos e limpam as casas. No local, mais de 20 carros foram empilhados. 

O veículo do aposentado Eli José da Silva, de 71, foi um deles. “Estava em uma reunião na igreja e, quando vi, a água já tinha arrastado meu Palio”, contou assustado. Segundo moradores da região, pelo menos dois automóveis continuam desaparecidos. “Estão perdidos aí no córrego”, declarou José Pinto, de 53.

Ilhados 

A igreja citada pelo aposentado Eli abrigava cerca de 400 fiéis quando o temporal desabou. De acordo a pastora Janice Gonçalves, de 55 anos, a água derrubou o portão, cobriu o estacionamento e invadiu o templo. 

“Os fiéis foram levados para o altar, e alguns subiram em cima da cadeira, pois a água subiu cerca de 40 centímetros”, lembrou a pastora. Apesar do susto, ninguém se feriu.

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), informa que já está trabalhando para recompor os pavimentos das vias afetadas pelas chuvas de ontem (15), incluindo o bairro Vale do Jatobá e a avenida Teresa Cristina.   

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