BBC busca aproximação com o País

João Fernando
21/08/2013 às 10:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:10

Responsável por séries de sucesso e inovadora em formatos de documentários, que exporta para emissoras de todo o planeta, a BBC reconhece ter ficado para trás por não ter criado seu serviço de vídeo sob demanda fora do Reino Unido nem ter lançado seus múltiplos canais de TV na América Latina.

"Acho uma vergonha termos chegado atrasados para a festa. Deveríamos ter trazido nossos outros canais há muito tempo", admite Paul Dempsey, presidente do setor de mercados globais da BBC Worldwide, braço comercial da rede britânica. Entretanto, o executivo vê um aspecto positivo na defasagem. "O bom é que podemos ser experimentais quando os outros estão nervosos sobre o que fazer na TV paga. É tudo novo para os exibidores tradicionais", disse à reportagem.

Dempsey e outros executivos da emissora foram ao Rio para o BBC Show Case da América Latina, evento em que mostram as novidades e negociam programas com as redes locais. Na ocasião, afirmaram que pretendem aumentar os investimentos no País.

"O Brasil é um lugar onde estamos investindo mais. Estou tentando evitar a desculpa de ser um país dos Brics (ao lado de Rússia, Índia e China), que são dinâmicos, com grande população, e economia crescente. Vejo isso na Rússia e na China, onde há milhões de pessoas querendo um futuro melhor. Aqui, há a classe C", diz.

Apesar de mirar o Brasil, o executivo ainda não dá detalhes de como a lei da TV paga, que obriga os canais a cumprir cota de produção nacional, está afetando a BBC HD, canal de entretenimento daqui. "Sou bem novo no mercado brasileiro, é minha primeira vez aqui. Com ou sem regulamentações, é sensato haver produções locais. A melhor proposta é ter um desafio global, ter os mesmos programas, como dramas e (a série) Doctor Who, que funcionam em todos os lugares e, ao mesmo tempo, ter coisas locais no mesmo canal ou serviço. No Brasil, estamos produzindo, mas é bom para o mundo todo. Podemos fazer programas aqui com o mesmo estilo e qualidade, mas com pessoas locais que entendem o que o mercado brasileiro quer", afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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