BBC não teme concorrência com a internet

João Fernando
04/06/2013 às 09:39.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:48

"Ladra" de telespectadores da TV, a internet não parece ser um temor para a BBC. A principal rede de televisão do Reino Unido tem investido no conteúdo online sem se importar com a migração para celular, computador ou tablet. "Não estamos preocupados em ter audiência em uma plataforma específica. Sabemos que a maioria está migrando para o online, esse número está crescendo. Mais pessoas estão assistindo e é isso que importa para nós", sentencia Daniel Heaf, diretor de mídias digitais da BBC Worldwide - braço comercial da emissora exibida fora do país-sede -, que veio a São Paulo para falar nesta terça-feira no Fórum Brasil de Televisão.

Heaf diz que o fato de o público ver o material da rede em outros dispositivos e sob demanda é uma consequência do cotidiano. "Não vemos essa tendência como algo discrepante. Temos uma audiência alta no Reino Unido. Há alguns programas diários, o que torna mais difícil as pessoas terem tempo todos os dias de assistir no mesmo horário. Por isso, você os atrai pela internet", disse à reportagem.

De acordo com o britânico, há intenção de fazer com que o material veiculado na TV incentive os internautas. "Conteúdo de qualidade é conteúdo de qualidade. A divulgação do que passa na TV acaba levando as pessoas para o online. Por exemplo, (a série) Doctor Who, que vai muito bem nos EUA e no Brasil, as pessoas sabem que ela existe porque viram na TV, mas consomem de outra maneira."

O executivo afirma que o portal da BBC tem hoje 65 milhões de acessos mensais e que há diferentes times de produção de vídeos especificamente para a internet. "Temos equipes que trabalham só para o YouTube, e outros especialistas para a internet. E ainda estamos pensando em produzir conteúdo para mídias específicas", explica. O iPlayer, como é chamado o ícone por onde o público acessa as rádios e canais da BBC, está presente nos videogames Xbox e Playstation 4.

Apesar de não citar nenhum comportamento específico do público brasileiro da BBC, Heaf revela que há planos de investimentos aqui. "No Reino Unido, há canais 24 horas acessíveis pela internet. Estamos planejando fazer vídeos ao vivo para o Brasil e a América Latina."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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