(Arquivo Hoje em Dia)
Os estragos causados pela chuva no último domingo podem se repetir nesta sexta-feira (24) em Belo Horizonte caso se concretize a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A meteorologia projeta um volume de 100 mm, valor igual ao registrado no domingo, com a diferença de que, na sexta, os 100 mm estariam concentrados na capital.
O volume em BH no domingo foi de 48 mm, sendo que o restante choveu em Contagem, na região metropolitana. Até o momento, o maior volume registrado no ano foi na última sexta-feira (17), quando choveu 72 mm. A Defesa Civil emitiu um comunicado nesta terça-feira (21), alertando para a possibilidade de chuvas fortes até a noite de sábado (25). No período, deve chover, em média, 150 mm.
A maior chuva já registrada em Belo Horizonte, em 101 anos de dados históricos, aconteceu em 14 de fevereiro de 1978, quando choveu 164 mm em 24 horas, conforme o meteorologista Cleber Sousa, do Inmet.
As chuvas deste mês já superam a média histórica de janeiro em Belo Horizonte, que é de 329,1 milímetros (mm). Segundo o Inmet, só até esse domingo (19), o acumulado foi de 492,1 mm, chegando perto do ano de maior registro de precipitações deste período, em 2004. No primeiro mês daquele ano, o acumulado foi de 502,9 mm e, até o final desta semana, o índice deve ser superado.
Chuva de mil anos
O temporal que atingiu a capital e a região metropolitana no domingo foi chamado pelas autoridades da Defesa Civil de "chuva de mil anos". O coronel Alexandre Lucas, secretário nacional de Defesa Civil, explicou que o fenômeno é raro e recebeu a alcunha devido ao intervalo entre uma ocorrência e outra, que seria de mil anos. O coronel, no entanto, não soube precisar se a tempestade poderia ser considerada a maior da história da cidade.
Questionado sobre o fenômeno, o meteorologista Cleber Sousa afirmou não conhecer o conceito e disse que seria muito difícil chegar a esse número porque não há dados suficientes para chegar a essa conclusão.
A PBH previa, na segunda, decretar situação de emergência nesta terça, mas, até a publicação desta reportagem, o decreto ainda não havia sido publicado. A situação de emergência permite à administração municipal pleitear recursos do governo federal e contratar sem licitação obras de reparo dos estragos.