Black Friday cresce no Brasil, mas ainda decepciona o consumidor

Fernando Dutra - Hoje em Dia
29/11/2014 às 07:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:12

Em sua quinta edição no Brasil, a Black Friday – data que marca o início das vendas de Natal nos EUA com grandes promoções e descontos – ainda está longe de ser uma unanimidade por aqui. A ação divide opiniões: enquanto muitos consumidores aproveitaram as promoções para irem às compras, outros reclamam que as ofertas não passam de enganação.   O Hoje em Dia fez um comparativo entre os valores praticados por algumas redes na internet no início da semana e nessa sexta-feira (28) atestou que os preços baixos ainda não emplacaram no país. Apesar de alguns produtos estarem mais baratos, outros mantiveram o preço ou até mesmo aumentaram, como é o caso do micro-ondas Brastemp, que teve aumento de R$ 65,99 ou 12,4%, no site do Extra, saindo de R$ 533,91 para R$ 599,90.   Apesar de muitas lojas físicas terem adesivados as vitrines para atrair a clientela, o consumidor percebeu poucas diferenças.   Para a servidora pública Ana Paula, as ofertas não chamaram a atenção. “Quinta-feira fui fazer compras no centro, voltei na sexta-feira (sexta) e não percebi diferença nos preços”, disse.   A secretária Thais Helena, que pela primeira vez foi às compras para aproveitar a promoção da Black Friday, não ficou satisfeita com os valores que encontrou. “A maioria das coisas não mudou de preço, foi enganação. Não gostei, acho que não vale a pena”, reclamou.   Mas também houve quem quis aproveitar a chegada da primeira parcela do décimo terceiro salário para antecipar as compras de Natal e comemorou a “feliz coincidência”.   A manicure Marisa Ribeiro carregava várias sacolas de produtos adquiridos com desconto na tarde dessa sexta-feira (28) e ainda procurava por mais. “Os preços estão mais em conta, 50% de desconto é muito bom”, disse.   Outro que aproveitou a Black Friday para ir às compras foi o estudante Hugo Augusto. Ao lado da namorada, ele esperou pela data para comprar um tênis e uma mochila. “Já estava precisando, mas esperei as promoções. Mas o preço do tênis está a mesma coisa”, lamentou. No entanto, o estudante estava disposto a pesquisar mais um pouco para aproveitar ao máximo as ofertas. “Ainda tenho que comprar mais dois presentes”, disse.   Lojistas comemoram   Os lojistas, por outro lado, comemoraram o aumento nas vendas e na circulação de clientes. Segundo a vendedora Natany Rocha, da loja Boticário do Shopping Cidade, diversos produtos haviam acabado na tarde dessa sexta. “O movimento está bombando, bem acima do normal”, comemorou. O Boticário preferiu adotar a Black Week e promoveu descontos durante toda a semana.   História   A Black Friday nasceu nos Estados Unidos e vem sendo incorporada pelo mercado brasileiro. Embora as ofertas e promoções ainda estejam muito aquém das norte-americanas, aos poucos o consumidor vai identificando os melhores preços e as empresas passam a ser mais cobradas a praticarem valores mais acessíveis.   Reclamações continuam   A edição deste ano da Black Friday no Brasil mostrou melhora na qualidade em relação aos anos anteriores. Mas ainda deixou a desejar, na avaliação da porta-voz da Proteste (Associação Brasileira do Consumidor) Maria Inês Dolci.   Houve problemas como dificuldade de acesso aos sites, necessidade de cadastro prévio para aproveitar promoções e descontos abaixo do prometido, entre outros, prejudicaram a experiência dos consumidores. 

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