(Marcello Casal jr/Agência Brasil)
A 10ª edição da Black Friday brasileira exige mais do que cuidado para não pagar o dobro pela metade do preço. A sexta-feira (29) é apontada por especialistas em segurança digital como uma das datas mais perigosas do ano para as compras virtuais. De olho no grande número de consumidores dispostos a fazer compras na rede, os hackers investem na criação de páginas falsas com o nome de grandes marcas e divulgação das mesmas nas redes sociais, além do envio de links maliciosos por meio aplicativos como o WhatsApp. Somente neste mês foram detectados 1600 perfis falsos com temática de Black Friday no país, segundo o laboratório de segurança da PSafe, empresa especializada em cibersegurança responsável pelo levantamento. .
O golpe não é novo, mas acompanha o crescimento da Black Friday. O objetivo dos fraudadores é roubar dados pessoais ou de cartões de crédito dos usuários, que podem ser usados em outras transações.
"Além de receber o dinheiro das vítimas em suas contas, os hackers também roubam dados financeiros e pessoais dos usuários no momento da compra. A clonagem de cartão de crédito, por exemplo, é um dos crimes mais comuns. E ainda há o roubo de identidade, em que eles se passam pela vítima para disseminar outros golpes entre seus contatos ou solicitar empréstimos em seu nome", detalha Emilio Simoni, diretor da PSafe. Assim que as páginas falsas são denunciadas e retiradas do ar, novas surgem em seguida.
A delegada titular da Delegacia do Consumidor da Polícia Civil de Minas Gerais, Silvia Helena de Freitas, confirma que há um aumento do volume de denúncias logo após a Black Friday. "Os golpistas ficam atentos à data e se aproveitam dessa vontade de comprar dos consumidores, que acabam clicando em qualquer link malicioso. Percebo que, na maioria das vezes, as pessoas caem por ingenuidade. Os preços são muito abaixo dos praticados pelo mercado e ganham um apelo extra na Black Friday. Muitas vezes falta cautela por parte do consumidor", afirma.
Levantamento realizado pela plataforma de comparação de preços Promobit revelou ainda que cerca de 40% das lojas com ofertas on-line na Black Friday de 2018 não eram 100% confiáveis, por não terem itens de segurança como cadeado e o https no início do link.
As principais iscas para golpes são os eletrônicos (11,21%), seguidos dos produtos de casa e decoração (2,89%), esporte e lazer (2,80%), autopeças (1,93%) e turismo (1,89%). "Outros muito visados são passagens aéreas ou rodoviárias, joias e roupas de marcas famosas", afirma Tom Canabarro, co-fundador da Konduto, plataforma para pagamentos on-line.
Proteja-se
A delegada Silvia Helena orienta o comprador para que ele não clique em links enviados pelas redes sociais, mesmo que sejam mensagens de pessoas conhecidas ou amigos, porque podem ser links maliciosos, criados para roubar dados. O recomendado é digitar diretamente o link da loja.
O consumidor deve ficar atento também a ofertas com possibilidade de pagamentos apenas por boleto ou transferência bancária. Os pagamentos por boleto ou transferência devem ser evitados porque não dão a opção de cancelamento.
A delegada ainda destaca os erros de português e formatação irregular, comuns em documentos falsificados. Ela lembra que o comprador deve checar, em caso de transferência bancária, se o nome que aparece no local do favorecido é o da loja e se os dados cadastrais estão corretos.
Se já for tarde demais e o consumidor perceber que caiu em um golpe, ele deve procurar uma delegacia para fazer o registro da ocorrência e levar todos os documentos relacionados à compra. Por isso é importante fazer prints de todas as páginas relacionadas às transações.
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* Fonte: Ebit