Blatter admite surpresa com Messi eleito melhor da Copa do Mundo

Estadão Conteúdo
14/07/2014 às 17:47.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:22
 (Sebastian Bozon)

(Sebastian Bozon)

A escolha do argentino Lionel Messi como melhor jogador da Copa do Mundo no Brasil causou surpresa no presidente da Fifa, Joseph Blatter. Foi o que o dirigente revelou nesta segunda-feira (14) ao ser questionado sobre o assunto durante coletiva de imprensa realizada no Maracanã.

Antes de dar sua resposta, com um sorriso discreto, Blatter perguntou ao jornalista se ele queria ouvir o que ele realmente pensava ou se preferia uma reposta diplomática. O comentário rendeu alguns risos. "Eu fiquei um pouco surpreso quando soube que o Messi havia sido eleito o melhor jogador", admitiu o dirigente, que disse, no entanto, respeitar a escolha do Comitê Técnico da Fifa, órgão responsável por determinar qual jogador é merecedor do título.

Essa foi a primeira vez que os jornalistas envolvidos na cobertura do Mundial não participaram da escolha do craque da Copa do Mundo, que é feita desde a edição de 1978. De lá para cá já foram realizados 10 Mundiais e em apenas quatro ocasiões o melhor jogador da competição esteve na seleção campeã. E isso não acontece desde 1994, quando o atacante brasileiro Romário, um dos protagonistas do tetra, conquistou o prêmio.

A Bola de Ouro da Fifa tem funcionado como uma espécie de prêmio de consolação às seleções que fazem boas campanhas, mas não chegam ao título da Copa do Mundo. Alguns jogadores, porém, têm sido premiados mesmo após atuações contestadas. O caso mais notório é o do goleiro alemão Oliver Kahn, que falhou em um dos gols que deram o título ao Brasil na final do Mundial de 2002.

Na final do último domingo, Messi teve atuação discreta. "Mas se pensar nos jogos que o Messi fez pela a Argentina no início do torneio, podemos dizer que ele foi decisivo", alegou Blatter, tentando chancelar a escolha.

REPERCUSSÃO

Blatter comemorou a "enorme repercussão" da Copa do Mundo, cuja decisão do último domingo foi acompanhada por um bilhão de pessoas ao redor do mundo. Blatter agradeceu ainda à população brasileira e disse que o papa Francisco encaminhou uma mensagem à entidade parabenizando pelo evento, mas lamentando o vice-campeonato dos argentinos.

"Recebemos uma mensagem do papa Francisco hoje (segunda) pela manhã. Ele não ficou muito feliz porque sua seleção não ganhou, mas disse que Copa do Mundo fantástica", afirmou Blatter, que abriu a coletiva de imprensa no Maracanã organizada pela Fifa, Comitê Organizador Local (COL) e governo, a fim de se fazer um balanço do Mundial.

Segundo Blatter, a audiência da final da Copa foi de um bilhão de pessoas, incluindo todas as plataformas. "Foi um evento esportivo que teve grande repercussão, pela TV, na imprensa escrita, nas redes sociais", disse.

Ricardo Trade, CEO do COL, também comemorou o sucesso da Copa dentro e fora de campo. "Não tivemos a crise na mobilidade, nos aeroportos e nas telecomunicações", disse. "Podemos bater no peito como brasileiros e ter orgulho de dizer que tivemos sucesso", insistiu. "Ganhamos essa Copa", completou.

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