Blocos de exploração de petróleo são leiloados

Hoje em Dia
15/05/2013 às 06:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:41

Foi grande o interesse das empresas petroleiras mundiais, bem maior que o da Imprensa, com o leilão de 289 blocos de exploração de petróleo e gás realizado terça-feira (14) pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Apesar de pouco noticiado, não passou despercebido a sindicalistas e estudantes que fizeram protesto na porta do hotel de São Conrado, no Rio, onde se realizou o leilão.

Havia um bom motivo para que todos os brasileiros – e alguns ainda se lembram da campanha “O Petróleo é Nosso”, da década de 1950 – se interessassem pelo leilão. Era o primeiro desde que a série de leilões foi interrompida em 2007, depois da descoberta de grandes reservatórios de petróleo no pré-sal, que colocaram o Brasil no ranking dos países com maiores reservas do mundo. Os blocos em oferta somam 115,8 mil quilômetros quadrados, em 11 bacias, sendo sete em mar e quatro em terra.
O desinteresse relativo da Imprensa talvez seja explicado um dia. Também a ANP tentou minimizar a importância do leilão, autorizado pela presidente Dilma Rousseff em janeiro deste ano, muito tempo depois de sua aprovação pelo Conselho Nacional de Política Energética, em 2011.

Nessa 11ª rodada dos leilões iniciados em 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, depois da quebra do monopólio da Petrobras, a ANP anunciou que esperava arrecadar, no mínimo, R$ 2 bilhões. O valor foi ultrapassado quando se licitara apenas cinco das 11 bacias.

Na véspera, a Petrobras fez uma captação externa de US$ 11 bilhões, a maior da história por uma empresa de país emergente, para disputar blocos no leilão, pagando spread abaixo do previsto, pois havia grande interesse pelos títulos internacionais da estatal, que estava há seis meses fora desse mercado.

Na Bacia Marítima do Espírito Santo, foram leiloados seis blocos, e a Statoil Brasil, de capital norueguês, arrematou quatro e a Petrobrás dois. A Statoil já é a segunda maior produtora de petróleo no Brasil. Na semana passada, seu presidente, Thore Kristiansen, anunciou que sua produção no campo Peregrino, na bacia de Campos, atingiu 100 mil barris por dia de petróleo. “Temos interesse em desenvolver nosso trabalho no país, que tem muito potencial”, disse.

A bacia da Foz do Amazonas, localizada na costa do Amapá, também despertou interesse das petroleiras. Foi ali que se registrou um lance recorde de R$ 345,9 milhões, dado por um consórcio formado pela francesa Total, pela britânica BP e pela Petrobras.  

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